terça-feira, julho 02, 2013

Sophia...

Cumprem-se hoje nove anos do falecimento de Sophia de Mello Breyner Andresen, que nasceu no Porto em 6 de Novembro de 1919 vindo a falecer em Lisboa em 2 de Julho de 2004 e é, sem dúvida alguma, uma das maiores e mais eloquentes vozes da poesia portuguesa contemporânea.

Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999.

O seu espírito continua vivo na obra que nos deixou, um espólio imensurável, marcado por valores como a justiça, a sua grande aproximação com o mar e, sobretudo, os valores que recebeu da sua infância e juventude onde se ressaltam valores sociais muito profundos.

A morte não se festeja, é um facto.  Mas celebremos o seu amor pela escrita que perdurará nos tempos como um património imaculado da Língua Portuguesa.

Sophia de Mello Breyner  Andresen 

Quando

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.

Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho, a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.

Sophia de Mello Breyner Andresen

11 comentários:

a d´almeida nunes disse...

Um verdadeiro poema à vida!...

Bom dia, Otília, façamos jus aos poetas mortos, amemos a vida a todo o momento!

Um abraço, saúde,

António

Canto da Boca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Canto da Boca disse...

" A morte não se festeja, é um facto". Diante dessa irreversibilidade, só nos resta aprendermos o belo da vida, enquanto podemos. E preferencialmente agora, já, diante desse magnífico poema, da Sophia, que nos trouxeste!

Deixo um abraço e meu obrigada, pela ida e pelas palavras gentis no meu blog, prazer recebê-la!

;))

Sérgio Costa disse...

Um hino ao espírito do amor que fica enraizado nas palavras partilhadas.
Belo é este momento tão significante.
Um abraço poético
Sérgio Costa

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

um bom momento poético.
lembrar Sophia é sempre belo assim como são todas as poesias que nos deixou nas suas obras.
um beijo

:)

Manuel Veiga disse...

boa(s) memória(s). as tuas...

sempre.

beijo

Anónimo disse...

Quem pode esquecer Sophia? Um poema tão belo quanto este?
Divinal!
Bji

Fê blue bird disse...

Uma das minhas poetizas preferidas.
E este poema que escolheste é um dos seus mais belos.

beijinho

Menina Marota disse...

Grata a todos que deixaram uma palavra de homenagem a essa Senhora da Poesia que foi e continuará a ser Sophia de Mello Breyner.

Um abraço

MARIUS disse...

Muito bem lembrado!!

Gostei.

fernando disse...

Esta mulher é um Colosso. Digo É! Porque quando se fala Nela. Sophia estará sempre Viva!

João Cardoso

Örebro Suécia