quarta-feira, julho 06, 2022

Voo de Liberdade... (reposição)

A pedido de um leitor  do qual irei preservar a  identidade, reponho este texto escrito em Maio de 2013.  





Recordo ainda muito criança ouvir conversas entre o meu pai e o meu avô, onde se focava que Fulano era pessoa de bem, Beltrano era homem de palavra ou Sicrano era pessoa de princípios e que a sua palavra era ouro.

Fui educada que uma promessa era para cumprir e que não se deveria prometer aquilo que não se podia ou não se tinha intenção de cumprir.


Há algo de desnorteante nos valores actuais e, nomeadamente, nos políticos que, com dinheiros públicos, gerem o país e o povo que os elegeu (ou sustenta).


A arrogância e o logro deliberado têm sido o mote diário da relação Estado/Povo.


A promiscuidade gerada pela ganância politica altera os valores democráticos arrastando, como um tsunami, entidades que não sendo titulares de órgãos públicos (ou já o foram) continuam a querer estar à cabeça do poder e com ele jogar.


A comunicação social divide-se e subdivide-se. A transparência e a equidade andam longe dos propósitos que deveriam guiar a informação e traduz-se numa guerra de audiências.  


Os comentadores políticos, quais treinadores de bancada, sabem tudo, têm ideias sobre tudo e é pena que, alguns deles, quando estiveram no poder não tivessem aplicado no seu governo aquilo que agora apregoam.


Karl Marx escreveu no seu livro "Liberdade de Imprensa" que: "A imprensa livre é o olhar omnipotente do povo, a confiança personalizada do povo nele mesmo, o vínculo articulado que une o indivíduo ao Estado e ao mundo, a cultura incorporada que transforma lutas materiais em lutas intelectuais, e idealiza suas formas brutas".

Na actualidade verificamos a manipulação político-económica que gera um sem fim de objectivos duvidosos onde o mecanismo do sistema de controle de constitucionalidade dos direitos dos portugueses cai sarjeta abaixo.

"O que me preocupa não é o grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons".