Parece que foi a semana passada e já faz dois anos. Não interessa o mês. O dia. Foi no Domingo de Páscoa e assim, até ao meu fim, o recordarei.
Nada foi esquecido. De entre dor e sofrimento também houve momentos de grande felicidade.
Dizer que esqueci o mau, era estar a mentir. Mas relembro, sobretudo, os dias bons. O amor que nos uniu. A nossa cumplicidade.
O riso que entoava dentro de nós. A felicidade que sentia quando te sentia bem.
Partiste de repente. E não consigo recuperar dessa partida.
Há quem diga que as redes sociais não são para desabafos.
Não fica bem mostrarmos a nossa sensibilidade, em suma, a nossa fraqueza.
Que importa isso?
Sou como sou e não me importa o que os outros pensem.
Preciso de soltar a minha alma. Especialmente nestes momentos.
Quem me ouvirá nestes dias que acordam cinzentos?
A quem dizer dos sentimentos controversos que me abalam em dias de tempestade espiritual?
Contigo, sofri, chorei, mas também tivemos belos momentos que tento preservar.
Não porque partiste. Mas porque sou assim mesmo. Nos catorze anos da tua doença nunca te abandonei. Mesmo nos momentos de maior sofrimento não abandonei o barco.
Fui boa capitã, não fui? Era assim que me chamavas, naqueles dias de bom humor que tanto me faziam sorrir.
O dia acordou cinzento. Tal como a minha alma.
Tu partiste no Domingo de Páscoa.
E depois de todas as tempestades que nos assolaram é assim que NOS quero recordar.
Estejas onde estiveres, recebe o meu sorriso.