Não tenho palavras para exprimir a comoção que provocou em
mim o lançamento de Olhos de Vida, o meu segundo livro de poesia.
Momentos de eloquente declamação foram protagonizados por
Alzira Santos, Cristina Pessoa e Eduardo Roseira.
Prometo nas próximas postagens falar mais deste momento e de
quem me acompanhou.
Começo por partilhar as palavras proferidas pela minha
querida amiga Fátima Fernandes (
Amita) e autora do Prefácio:
(clicar nas imagens)
Apresentação “Olhos de Vida”
Foi através da blogosfera, inicialmente no Sapo, que comecei
a ler e comentar a Menina Marota e a seguir o seu percurso poético.
Até que um dia, a meio de um sarau de poesia em Vermoim, ela
entrou silenciosa e sentou-se, atenta, numa cadeira ao fundo da sala.
O Zé Gomes, coordenador da sessão, perto do final pediu que
se identificasse.
Ao ouvirmos “Sou a Menina Marota”, todos nos voltámos para
trás e sorrimos pois era sobejamente conhecida, estimada e respeitada no mundo
virtual.
Assim foi iniciada uma grande amizade. E já lá vão longos
anos….
Otília Martel caminha, desde mocinha, nos meandros da poesia
com uma paixão imensurável.
Criou igualmente, sob anonimato, o blogue
Poesia Portuguesa,
apenas destinado à divulgação da obra de poetas portugueses desconhecidos do
público.
Com a chegada do Facebook, a que aderiu, foi a fundadora do
“
Clube dos Poetas Vivos” para divulgação e incentivo à criação poética e que,
presentemente, já conta com mais de 15.700 membros.
Lembro-me de uma citação de Eugénio de Andrade que disse: “Foi
sempre pelos olhos dos nossos poetas que o português viu mais longe e mais
fundo”.
Quando me convidou a fazer o prefácio deste livro “Olhos de
Vida”, limitei-me a escrever o meu sentir ao ler os seus poemas e textos, pois,
na minha opinião (claro!) já tudo tinha sido dito nos posfácios incluídos nesta
obra, feitos por excelentes escritores e poetas, embora respeitantes ao seu 1º
livro “Menina Marota, Um desnudar de Alma”.
Permitam-me a ousadia de aconselhar-vos a lê-los.
Cumpre-se-me acrescentar que, em “Olhos de Vida”, é notório
o crescimento poético-literário da Otília.
Em simples palavras, ao ler a “escrevinhadora” (como ela
gosta de se denominar), elevam-se-nos sentimentos de: generosidade,
sensibilidade, sonho, emoção, dor pelos outros, contestação, versatilidade, sensualidade,
paixão, saudade de tempos idos, introspecção, força que a move, Amor, amor e
mais amor…
Tudo isto numa escrita subtil e de uma ternura imensa.
Sendo uma eterna buscadora do Belo (na essência dos outros e
na sua), através da sua peculiar e encantadora escrita e sentir apurado, Otília
Martel brinda-nos com mais uma excelente obra.
Termino citando Ana Hatherly:
“Descobrindo-se, o poeta personifica, representa.
Nos melhores momentos descobre o que nem sequer encoberto estava,
porque o que ele faz é ver a oblíqua eloquência ou o encanto do que,
sem ele, não seria.”
4.10.2014