Esta imagem não voltará a repetir-se porque a Ritinha partiu e deixou-nos na maior tristeza.
A doçura do seu olhar, da sua maneira de estar, da forma como se ligou a mim, ficará para sempre no meu coração.
Dedicado à Ritinha deixo aqui o poema de Alfredo Cyrino que traduz o meu pensamento e a minha saudade.
Anjos não ficam
Anjos tocam as nossas vidas,
apenas nos olham e deixam-se ver,
sem pudor, em humilíssima condição,
promessa ainda incerta de uma existência.
Não pedem para entrar...
Acolhidos, transformam-se em bênçãos
entes queridos, mais do que humanos,
exercitando o dom singelo de Anjos,
sem orgulho ou impaciência.
Coração e espírito atentos,
diluindo o seu curto tempo no nosso,
construindo laços para além do tempo,
iluminando o ar sempre leve pela sua presença.
Com a pureza essencial do nascimento,
crescem, amadurecem e envelhecem.
Tão cedo se fragilizam os nossos Anjos.
E, mesmo exauridos,
seus olhos, sempre eles,
dizem que por nós, apenas por nós,
suportarão qualquer dor de velhice,
qualquer limitação de vida,
enquanto não pudermos deixá-los ir.
Não pedem para partir...
São levados de nós,
resignados, com serena dignidade,
exalando amor até o derradeiro momento.
Anjos apenas passam...
©Alfredo Cyrino / Indigo Virgo®
A Ritinha nasceu a 04.05.1997
Em 25.05.2012, após internamento no Hospital Veterinário de Santa Marinha em Vila Nova de Gaia, deixou este mundo e muitas saudades.