Pintura de Ana Muñoz
Despertei com vontade
de acordar o Sol
na penumbra do amanhecer.
Cansado da noite,
- a lua adormecera
no nevoeiro dos seus braços -
o sol descansou na berma
do alvorecer e na perpétua
ondulação do verde da aragem.
Através do sibilante som da folhagem
os pinheiros albergam os primeiros raios
tímidos de luz.
Velozes, partem silhuetas
por entre o verde ondulante da ramagem
onde os pássaros nos seus ninhos
já com penugem nas asas
encetam, temerosos, o caminho
que os levará, ousados, aos telhados das casas
Ao longe, um quase som de Jazz
que lembra Coltrane, por entre
ondas azuis de nuvens
ávidas de palavras púrpuras,
entre lábios de sabor a mel
desperta a cidade adormecida.
Neutro o coração que não geme
a dor do desconhecido, a comoção
do sentimento partilhado ao leme da Vida.
Resiste a cidade na estreiteza de conceitos
como definição da rima interior
- entre a lama e o amor -
Enquanto debaixo de chuva e sol
houver, feridos de silêncio, crianças chorando,
velhos dormindo no cimento ou mulheres
naufragadas na palma do sonho
do seu próprio abandono,
meu coração estará em pranto
e deste mundo desiludido.
de acordar o Sol
na penumbra do amanhecer.
Cansado da noite,
- a lua adormecera
no nevoeiro dos seus braços -
o sol descansou na berma
do alvorecer e na perpétua
ondulação do verde da aragem.
Através do sibilante som da folhagem
os pinheiros albergam os primeiros raios
tímidos de luz.
Velozes, partem silhuetas
por entre o verde ondulante da ramagem
onde os pássaros nos seus ninhos
já com penugem nas asas
encetam, temerosos, o caminho
que os levará, ousados, aos telhados das casas
Ao longe, um quase som de Jazz
que lembra Coltrane, por entre
ondas azuis de nuvens
ávidas de palavras púrpuras,
entre lábios de sabor a mel
desperta a cidade adormecida.
Neutro o coração que não geme
a dor do desconhecido, a comoção
do sentimento partilhado ao leme da Vida.
Resiste a cidade na estreiteza de conceitos
como definição da rima interior
- entre a lama e o amor -
Enquanto debaixo de chuva e sol
houver, feridos de silêncio, crianças chorando,
velhos dormindo no cimento ou mulheres
naufragadas na palma do sonho
do seu próprio abandono,
meu coração estará em pranto
e deste mundo desiludido.