Um dos ensinamentos que recebi em criança dos meus Pais que, igualmente, o tinham recebido dos seus, e que eu própria passei aos meus filhos, foi: “ diz-me como tratas os animais dir-te-ei como és e os sentimentos que possuis.”
Confesso que, muitas vezes, me sinto a detestar o Verão e o consequente período de férias, porquanto nesta época, o número de animais que são abandonados, é cada vez maior.
Este é o Kiko… e, quando tomei conhecimento da sua história, uma revolta imensa tomou conta de mim.
Alguém, sabe-se lá por que demoníaco motivo, resolveu metê-lo num saco de plástico fechado e atirá-lo para dentro de um contentor do lixo, situado ao fundo da rua onde resido em Arcozelo.
Imagine-se o espanto de um dos moradores ao constatar, no momento em que para lá deitava o seu lixo doméstico, que algo se movia dentro do contentor!
Inicialmente, assustado, até pensou tratar-se de uma criança e pediu ajuda a quem passava, para retirar imediatamente de lá o ser que se mexia dentro do saco fechado; quando finalmente o abriram, uns olhos esbugalhados de espanto e de medo, fitou-os, mal acreditando, talvez, que alguém o pudesse ter salvo.
Junto do casal Carolina e Luís, das suas jovens filhas, Catarina de 15 anos e Mariana de 7, moradores na mesma rua, o Kiko (nome com que o baptizaram) encontrou uma família que o adoptou mal souberam da traumática situação por que ele tinha passado. Numa forma de demonstração, que a solidariedade e amizade começa a ser definida muito cedo, dando exemplos de responsabilidade, civismo e ternura, por aqueles que afinal, podem ser os nossos mais fiéis amigos, tomaram conta do pequeno Kiko.
É triste verificar que no início do Verão, muitos animais são abandonados ao seu destino, quantas vezes para que os seus donos possam ir de férias ou então porque o animal cresceu mais do que devia!
Como é possível, essas pessoas passarem as férias alegre e despreocupadamente sabendo, que os animais que eles até então protegiam, se encontram abandonados, muitas das vezes feridos e esfomeados?
Mais um Verão está a finalizar; enquanto uns regressam a casa, vazia da alegria dos latidos dos nossos amigos, outros preocuparam-se em recolhê-los e abraçar projectos de protecção a esses mesmos animais que um dia deixaram de ser queridos na casa de "alguém"…
Deixo-vos aqui e aqui exemplos, do que a solidariedade e a afectividade podem fazer, mas também In Memoriam daqueles que não sobreviveram ao egoísmo e crueldade de muita gente.
Por favor, proteja os seus animais... não os abandone.