“Se a alma que sente e faz conhece
Só porque lembra o que esqueceu,
Vivemos, raça, porque houvesse
Memória em nós do instinto teu.
Nação porque reincarnaste,
Povo porque ressuscitou
Ou tu, ou o de que eras a haste -
Assim se Portugal formou.
Teu ser é como aquela fria
Luz que precede a madrugada,
E é já o ir a haver o dia
Na antemanhã, confuso nada.”
Só porque lembra o que esqueceu,
Vivemos, raça, porque houvesse
Memória em nós do instinto teu.
Nação porque reincarnaste,
Povo porque ressuscitou
Ou tu, ou o de que eras a haste -
Assim se Portugal formou.
Teu ser é como aquela fria
Luz que precede a madrugada,
E é já o ir a haver o dia
Na antemanhã, confuso nada.”
Foi por mero acaso que me detive neste poema da “Mensagem”, de Fernando Pessoa… que abri em busca de um pouco de leitura.
É um poema dedicado a Viriato, o Grande Chefe dos Lusitanos, um simples pastor de Hermínius (actual Serra da Estrela), que se bateu defendendo o território Lusitano… ocorrendo-me o pensamento de como mudaram ao longo dos anos, o sentimento de patriotismo, aquela garra que os nossos antepassados tinham a defender Portugal.
Tenho evitado ao longo destes meses falar dos acontecimentos que marcaram o Verão, no Algarve. Não vou especular sobre o assunto e, muito menos, dizer qual o meu pensamento sobre a matéria.
Criou-se um “circo” mediático em torno de acontecimentos, que infelizmente, não eram uma surpresa em Portugal, nem no resto do Mundo...
Tanta criança portuguesa já desapareceu, caindo infelizmente no esquecimento de muitos, especialmente daqueles que agora deram cobertura aos súbditos de sua Majestade…
O desaparecimento de uma criança, seja qual for a sua procedência, raça ou idade, é sempre um triste acontecimento, mas confesso que este caso já me está a causar um certo mal-estar, especialmente por todos os seus antecedentes, que foi desde terem denegrido a imagem dos nossos investigadores, até à demissão do coordenador da PJ de Portimão.
Afinal, acusar, humilhar, vilipendiar os portugueses, não deu descontentamento àqueles que deveriam defender o bom nome português…o contrário é que deu… e o que sinceramente me intriga, é que desaparecendo milhares de crianças por ano em Inglaterra, inclusive já depois do desaparecimento da pequena Madeleine, soube-se que:
“Mais de 800 crianças e jovens desapareceram no Reino Unido desde o dia 3 de Maio, quando foi reportado o desaparecimento de Madeleine McCann. Este número foi divulgado pelos responsáveis da linha de apoio National Missing Person's Helpline, que vieram a público chamar a atenção para a diferença de tratamento, em termos de cobertura mediática, atenção popular e importância dada por "notáveis", entre esses casos e o da menina que a polícia portuguesa crê ter sido raptada do apartamento de férias dos pais no The Ocean Club da algarvia Praia da Luz. “ [ Fonte: Diário de Notícias]
O que me leva a perguntar: Não são todas as crianças iguais?
Onde se inclui então o princípio fundamental dos direitos das Crianças, que na sua Declaração Universal nos diz que… “Toda a Criança tem Direito à Igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade”?
Porque dar a uma, um tratamento especial em desfavor de todas as outras? Porquê esta procura de mediatização, tão diferente no tratamento dado a tantas outras crianças desaparecidas?
BASTA! Apetece-me dizer a todas as televisões, a todos os jornais e revistas, que só servem para fomentar a mediatização já não do desaparecimento da criança, mas a dos pais, a tentarem convencer de uma inocência que talvez não tenham, em todo este processo.
É um poema dedicado a Viriato, o Grande Chefe dos Lusitanos, um simples pastor de Hermínius (actual Serra da Estrela), que se bateu defendendo o território Lusitano… ocorrendo-me o pensamento de como mudaram ao longo dos anos, o sentimento de patriotismo, aquela garra que os nossos antepassados tinham a defender Portugal.
Tenho evitado ao longo destes meses falar dos acontecimentos que marcaram o Verão, no Algarve. Não vou especular sobre o assunto e, muito menos, dizer qual o meu pensamento sobre a matéria.
Criou-se um “circo” mediático em torno de acontecimentos, que infelizmente, não eram uma surpresa em Portugal, nem no resto do Mundo...
Tanta criança portuguesa já desapareceu, caindo infelizmente no esquecimento de muitos, especialmente daqueles que agora deram cobertura aos súbditos de sua Majestade…
O desaparecimento de uma criança, seja qual for a sua procedência, raça ou idade, é sempre um triste acontecimento, mas confesso que este caso já me está a causar um certo mal-estar, especialmente por todos os seus antecedentes, que foi desde terem denegrido a imagem dos nossos investigadores, até à demissão do coordenador da PJ de Portimão.
Afinal, acusar, humilhar, vilipendiar os portugueses, não deu descontentamento àqueles que deveriam defender o bom nome português…o contrário é que deu… e o que sinceramente me intriga, é que desaparecendo milhares de crianças por ano em Inglaterra, inclusive já depois do desaparecimento da pequena Madeleine, soube-se que:
“Mais de 800 crianças e jovens desapareceram no Reino Unido desde o dia 3 de Maio, quando foi reportado o desaparecimento de Madeleine McCann. Este número foi divulgado pelos responsáveis da linha de apoio National Missing Person's Helpline, que vieram a público chamar a atenção para a diferença de tratamento, em termos de cobertura mediática, atenção popular e importância dada por "notáveis", entre esses casos e o da menina que a polícia portuguesa crê ter sido raptada do apartamento de férias dos pais no The Ocean Club da algarvia Praia da Luz. “ [ Fonte: Diário de Notícias]
O que me leva a perguntar: Não são todas as crianças iguais?
Onde se inclui então o princípio fundamental dos direitos das Crianças, que na sua Declaração Universal nos diz que… “Toda a Criança tem Direito à Igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade”?
Porque dar a uma, um tratamento especial em desfavor de todas as outras? Porquê esta procura de mediatização, tão diferente no tratamento dado a tantas outras crianças desaparecidas?
BASTA! Apetece-me dizer a todas as televisões, a todos os jornais e revistas, que só servem para fomentar a mediatização já não do desaparecimento da criança, mas a dos pais, a tentarem convencer de uma inocência que talvez não tenham, em todo este processo.