A cidade do Porto vai ter o prazer de receber Graça Pires para o lançamento do seu mais recente livro no próximo dia 27.
Não Faltes!
![]() |
Clicar na imagem para aumentar |
Volto a um lugar gémeo da memória
e retenho um diálogo a dançar-me nos lábios:
amo-te como no tempo em que o meu corpo era uma ilha
e retenho um diálogo a dançar-me nos lábios:
amo-te como no tempo em que o meu corpo era uma ilha
e nenhuma palavra me parecia intrusa dentro da tua boca.
Amo-te. Vejo na tua face a pátria e o exílio
onde, simultaneamente, me sinto.
Chamo-te a minha fuga, asas desenhadas no meu riso.
Amo-te. Vejo na tua face a pátria e o exílio
onde, simultaneamente, me sinto.
Chamo-te a minha fuga, asas desenhadas no meu riso.
Direi o fascínio que sobrou do gosto das cerejas
e lembrarei, devagar, o culto da sedução e dos abraços.
Conta-me, meu amor, o sabor do pão na tua boca.
Conta-mo com adjectivos sôfregos e claros,
e lembrarei, devagar, o culto da sedução e dos abraços.
Conta-me, meu amor, o sabor do pão na tua boca.
Conta-mo com adjectivos sôfregos e claros,
para que a minha sede invente o vinho novo,
no cântaro onde a terra ausculta todos os regatos.
De Conjugar afectos, 1997 in Poemas Escolhidos 1990 -2011, pág. 56