A pedido de um leitor do qual irei preservar a identidade, reponho este texto escrito em Maio de 2013.
Recordo ainda muito criança ouvir conversas entre o meu pai
e o meu avô, onde se focava que Fulano era pessoa de bem, Beltrano era homem de
palavra ou Sicrano era pessoa de princípios e que a sua palavra era ouro.
Fui educada que uma promessa era para cumprir e que não se deveria prometer
aquilo que não se podia ou não se tinha intenção de cumprir.
Há algo de desnorteante nos valores actuais e, nomeadamente, nos políticos que,
com dinheiros públicos, gerem o país e o povo que os elegeu (ou sustenta).
A arrogância e o logro deliberado têm sido o mote diário da relação
Estado/Povo.
A promiscuidade gerada pela ganância politica altera os valores democráticos
arrastando, como um tsunami, entidades que não sendo titulares de órgãos
públicos (ou já o foram) continuam a querer estar à cabeça do poder e com ele
jogar.
A comunicação social divide-se e subdivide-se. A transparência e a equidade
andam longe dos propósitos que deveriam guiar a informação e traduz-se numa
guerra de audiências.
Os comentadores políticos, quais treinadores de bancada, sabem tudo, têm ideias
sobre tudo e é pena que, alguns deles, quando estiveram no poder não tivessem
aplicado no seu governo aquilo que agora apregoam.
Karl Marx escreveu no seu livro "Liberdade de Imprensa" que: "A
imprensa livre é o olhar omnipotente do povo, a confiança personalizada do povo
nele mesmo, o vínculo articulado que une o indivíduo ao Estado e ao mundo, a
cultura incorporada que transforma lutas materiais em lutas intelectuais, e
idealiza suas formas brutas".
Na actualidade verificamos a manipulação político-económica que gera um sem fim
de objectivos duvidosos onde o mecanismo do sistema de controle de
constitucionalidade dos direitos dos portugueses cai sarjeta abaixo.
"O que me preocupa não é o grito dos maus, mas sim o silêncio dos
bons".