Da janela da cozinha, olhando o mar e a Capela do Senhor da
Pedra, que ao longe se avistam, com o fiel Sting deitado no parapeito mas
sempre com os olhos postos em mim dou largas ao pensamento.
E faço mentalmente um balanço a todos os acontecimentos decorrentes de 2014.
Não da minha própria vida.
Que essa é como as marés: vaza, enche; vaza, enche…
Dou comigo a pensar que, de ano para ano, a vida dos portugueses piorou
substancialmente: a pobreza e a fome aumentaram; o desemprego continua drasticamente
e muitas famílias voltaram para casa dos pais, por não conseguirem fazer face
às despesas.
Direitos conquistados após anos de ditadura foram arrancados aos portugueses de
uma forma ultrajante.
O circo foi montado para fazer os portugueses ignorarem os verdadeiros motivos
das afrontas a que foram submetidos ano após ano e das causas reais que levaram
à miséria deste País.
Não quero ser pessimista. Antes pelo contrário. Quero estar preparada para toda
e qualquer realidade que se abata ainda mais sobre os portugueses.
Não nos iludamos com as luzes dos foguetes pela passagem de mais um ano: nada
vai melhorar.
Os próximos 3 anos que são de eleições (AR, PR e Autarquias Locais, por esta
ordem) serão aproveitados para darem um “bodo” aos pobres e assim taparem o sol
com a peneira, com mais embustes e atropelos à Lei. E com isso conseguirem cada
vez mais poder e, já agora, fazerem “nascer” mais milionários, num País onde
cada vez há mais pobreza.
É este o meu balanço do ano que terminou.
Da janela da cozinha, olhando o mar calmo, sinto que os
próximos tempos vão ser tempestuosos como mar enfurecido…
Espero enganar-me!
Espero enganar-me!
(desligar a música de fundo para ouvir o vídeo, pf)
Apeteceu-me ouvir Beethoven saudando assim o Novo Ano.
E assim vos saúdo a todos.