sexta-feira, setembro 24, 2010

Remanescência de Vida...

Imagem de Marina Filipovic



Na suavidade da música que, como espuma,
toca a areia mansamente e permanece no ar,
lentamente, espraio o olhar, no momento em
que sinto a brisa do vento o meu corpo beijar.

De coração descalço de sentimentos amorfos
corro através do campo verde da minha alma
que se confunde com a fresca aragem do mar
que domina devagar o meu corpo e me acalma.

Prossigo nas asas do sonho, entre nuvens e terra,
na fragrância que se espraia para lá do impossível,
toca os sentidos da minha memória que se desnuda

na pulcritude etérea do firmamento onde nada e tudo
é possível, (a profundeza do sentimento remanesce),
no exacto momento que o pensamento se pensa mudo.



(Memórias de mim...)





12 comentários:

carlos pereira disse...

Belo soneto; onde todos os ingredientes (sensibilidade, beleza da palavras, ritmo dos versos) se misturam numa harmoniosa concepção poética, indelevelmente notável.
Gostei bastante.

José Leite disse...

Soneto livre e libertário...
Sem amaras, com a sensibilidade içada no mastro da estética flutuando ao sabor do vento da originalidade...

Enfim, vale a pena vir aqui e saborear a originalidade fresca como a água caindo na cachoeira...

DE-PROPOSITO disse...

Prossigo nas asas do sonho,
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Um voo imaginário!
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Felicidades.
Manuel

Anónimo disse...

Plenamente de acordo com os meus antecessores.
É sempre um prazer ler-te
se me é permitido dizer estás com uma poesia cada vez mais apurada, já tinha notado isso no outro blogue mas que não me deu acesso a comentar.
Gostei de voltar aqui
Cumprimentos do
Jaime Vasconcelos

Anónimo disse...

Que alegria receber sua visita!
Volte sempre!
Bjs.

Manuel Veiga disse...

belo e profundo...

beijos

© Maria Manuel disse...

poema pleno de imagens referenciais da natureza, como se essa união sensorial entre o "eu" e a natureza (ainda que idealizada) trouxesse ao espírito a serenidade e o despojamento necessários ao pensamento puro. belo.

Graça Pires disse...

Prosseguir nas asas do sonho e voar tão alto até perder a sombra...
Um beijo.

A.S. disse...

MM

Caminhas entre o mar e o sonho... o poeta libertou-se do coração dos minutos!...


BjO´ss
AL

Mar Arável disse...

Sonha alto

sem te perderes de vista

ou perde-te

mas só nas asas dos pássaros silvestres

Bj

Jaime A. disse...

Um poema lindo, leve, transparente. Apetece continuar e que o poema não acabe nunca...

Jaime A. disse...

É curiosa a maneira como brinca com as palavras, como as encadeia de forma tão invulgar.
É sempre um prazê-la relê-la, acompanhá-la e tocar nas palavras em filigranas, em teias tão frágeis que se magoariam se não fossem hábeis as mãos que as tocam.
Um bom feriado.