terça-feira, maio 24, 2016

APELO


Noell S. Oszvald


Quem quer que sejas, vem a mim apenas
De noite, quando as rosas adormecem!

Vem quando a treva alonga as mãos morenas
E quando as aves de voar se esquecem.

Vem a mim quando, até nos pesadelos,
O amor tenha a beleza da mentira.

Vem quando o vento acorda em meus cabelos,
Como em folhagem que, ávida, respira...

Vem como a sombra, quando a estrada é nua,
Num risco de asa, vem, serenamente!

Como as estrelas, quando não há Lua
Ou como os peixes, quando não há gente...

Pedro Homem de Mello, in "e ninguém me conhecia", 
a págs.73 (2004)


4 comentários:

Manuel Veiga disse...

boa escolha o Pedro Homem de Mello

como o melhor vinho do Porto! rss

(lamento no "desencontro" na Feira do Livro)

beijo

Manuel Luis disse...

Também brindo à tua selecção.
Bj

Manuel Luis disse...

Tenho rosas no jardim a dormir e eu estou quase a sonhar.
Bjs

Graça Pires disse...

Pedro Homem de Mello, sempre bom de recordar. Este poema é muito belo, minha amiga.
Beijos.