Abro os olhos lentamente. O som da chuva embala-me
ainda no sonho onde caminho.
Uma ténue luz incide no espelho ao fundo da cama.
A gata siamesa continua em cima das minhas pernas. Tento sacudi-la levemente mas esboça um ligeiro movimento e mete a cabeça no pêlo sem me ligar nenhuma.
Uma ténue luz incide no espelho ao fundo da cama.
A gata siamesa continua em cima das minhas pernas. Tento sacudi-la levemente mas esboça um ligeiro movimento e mete a cabeça no pêlo sem me ligar nenhuma.
Chega-me um ruído abafado através da chuva, como se tambores estivessem tocando
ou pássaros passeando pelo telhado em busca de abrigo.
No tempo das monções a chuva é repentina e o tempo areja de tal forma que o ar
fica leve como se toda a poeira cósmica desaparecesse por milagre.
O dia clareia, mas continuo no encantamento da melodia da chuva e do ruído das
palmeiras de dendém, no jardim, como se quisessem embalar o meu sono de novo.
Sacudo definitivamente a gata das minhas pernas e, descalça, corro para o jardim.
Nisto, o toque da campaínha... ou será do relógio do hall dos quartos?... ressoa, e
abro os olhos.
O meu fiel Sting, ainda sonolento, olha-me estranhamente. A sacudidela dirigida
à gata acordara-o provavelmente.
O relógio dá as horas. Conto as badaladas: seis.
O silêncio é quebrado pelas batidas da chuva na clarabóia.
Faço um afago no Sting e, baixinho, digo-lhe para continuar a dormir que ainda é cedo.
Sentir as palmeiras do jardim a abanar, fora somente um sonho e fecho os olhos
de novo.
Ao longe, o batuque dos tambores continua…
7 comentários:
Uma das palavras mais bonitas da nossa língua...
Quanta ternura naquilo que escreves. que doce despertar e que placidez en el adormecer.
GOSTO!!!
Um abraço bem grande
Um belo e nostálgico despertar! Beijinho, Menina Marota!
como uma breve agitação de uma alma nostálgica...e sensível!
beijo
um acordar melancólico, talvez pelo som da chuva, mas descreveste-o com muita ternura ...
um beijo
:)
Wow!
Muitíssimo belo, este texto.
Está, de facto, lindo!
A música é igualmente apelativa.
beijo amigo
Muito obrigada pela sua visita ao
meu sinfoniaesol.Já me registei
no seu blogue(gosto do seu aspecto)
quanto ao conteúdo terei que vir
com mais tempo para apreciar os
seus posts.
Bj.
Irene Alves
Que saudade dessa chuva, dos batuques, das manhãs com orvalho, do estalar dos ossos com o espreguiçar do sol...
Senti! Fizeste-me sentir a falta dos batuques.
Boas festas. Bj
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