25 de Abril de 1974
25 de Abril de 2013
O calendário marca este dia. Na memória de muitos perdura o 25
de Abril em que o Povo saiu à rua para proclamar o seu direito à Liberdade
Muito já se falou sobre este dia e o que nos trouxe.
Muito já se falou dos homens que o fizeram e o que quiseram.
Recordo a integridade de Salgueiro Maia. Recordo-o.
Recordo outros nomes e vi em que se transformaram e vi no que
transformaram, afinal, o País.
E neste lapso de tempo vi o “poder” crescer, a corrupção aumentar, a demagogia
a imperar, o consumismo exagerado a proliferar, a mentira e a traição ao Povo
que, afinal, unido, não vence.
Já não há cravos. Murcharam.
Poema
A minha vida é o mar o Abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
O quadrado da janela
O brilho verde de Vésper
O arco de oiro de Agosto
O arco de ceifeira sobre o campo
A indecisa mão do pedinte
São minha biografia e tornam-se o meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada
Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen in "Geografia"
A minha vida é o mar o Abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
O quadrado da janela
O brilho verde de Vésper
O arco de oiro de Agosto
O arco de ceifeira sobre o campo
A indecisa mão do pedinte
São minha biografia e tornam-se o meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada
Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen in "Geografia"
4 comentários:
Olá Menina Marota!
Pela primeira vez a visitar o teu blog!
Gostei muito – recheado de sensibilidade e amor. Que mais importa?
Bji e xi
Abril de novo
Lindo poema...
Gostei que tivesse passado e deixado testemunho da sua presença, no meu blogue :)
Qual o título e cantora da musica que tem em fundo no blog?
Gosto muito.
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