Foi, portanto, com alegria que a vi retomar as palavras que me encantavam no Ab Absurdo de onde trouxe este texto:
Talvez possa começar hoje. Partir do caos e enveredar pela infinita panóplia de caminhos entrecruzados, sem nascente nem mar para desaguar. Procuro no dentro tudo o que não foi possível encontrar fora. Esquecendo a lei dos espelhos que rege a relação entre os dois...
A folha branca mostra-me ininterruptamente o quase e o aquém. Insuportavelmente incapaz de traduzir o além, apesar de tão real, tão visceral, tão presente. É sangue sem cor. É língua sem papilas gustativas. É cheiro de memórias que não se recordam, vazias e ausentes.
A palavra espartilha o pensamento, enche-o de dor. Se tivesse rosto, seria um esgar inoportuno. Hoje. Hoje que se sentam a uma distância respeitosa. Hoje, presente parado, na repetição incessante do ciclo dos dias.
A palavra não traduz o que se pensa e o que se sente. Ainda. Hoje. Só hoje.
É bom ter-te de volta, Miss Kafka
9 comentários:
A visitar sem dúvida!
Gozando as férias em Copacabana com as minhas duas Anitas mãe e filha os endiabrados dos gemeos resolvi mostrar cá os blogues dos amigos portugueses. E o teu é uma referência que muito aprecio e que eles estão a gostar muitissimooooo.
Bjokas cá do pessoal
Gostei do texto ;)
Na verdade há palavras
que só por gestos
Sem palavras para te agradecer esta tua referência e esta tua homenagem.
Fico muito feliz por estar de volta e vou tentar manter-me de volta. Nem que seja para vos ler, na realidade já cruzamos caminhos há alguns anos...
Obrigada pelas tuas palavras.(um sorriso)
Olá, algumas vezes partimos em viagem sem regresso, especie de abandono premeditado, ou não e regressamos aos lugares de memória a fazer a peregrinação dos lugares lentamente...
Abraço de mar.
Irei, como sugeres...
obrigada!
arte de dizer - Palavras...
um blog a frequentar, sem dúvida.
beijo
Que mistérios se escondem na palavra. Quando se escreve (e se escreve tão bem) o que terá ficado por dizer?...
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