sexta-feira, junho 15, 2012

Graça Pires - Poemas Escolhidos

Graça Pires é uma referência na poesia contemporânea com vários prémios ganhos que traduzem o mérito da sensibilidade da sua escrita.

Na Apresentação da sua obra Poema Escolhidos lê-se: “Estamos no ano de 2012 e este livro é um pretexto para apresentar uma selecção de poemas extraídos do conjunto dos 12 livros que publiquei até ao final do ano de 2011…”.

Admiradora há anos da sua escrita sigo com verdadeira emoção o  blogue cujo nome teve origem na obra publicada em 1996  Ortografia do olhar.

Lê-se ainda na Apresentação desta Antologia:

"… Sei que a poesia é para ser lida por aqueles que dela gostam. Mas gostava que este livro incentivasse outros a amá-la também.".

O meu agradecimento a Graça Pires por mais esta esplêndida e sensível obra que nos oferece a ler.

Quando a véspera
do mais prolongado sossego
me fere a solidão da infância,
quero um momento,
apenas um momento,
para que o excesso de luz a prumo
amotine as palavras nos meus lábios
e as confunda com a quietude
urgente da paisagem.
De pulsos iluminados
poiso a voz no fundo da tristeza,
para expor a voz de outrora:

no dia mais bonito que vier irei, sem rumo algum,
ao deus-dará, procurar um lugar para morrer
as vezes que eu quiser, até nascer sem dor.


in, Poemas Escolhidos 1990-2011, pág.146

5 comentários:

a d´almeida nunes disse...

Queria amiga, Otília

Acabei agora mesmo de abrir este livro. Chegou-me pelo correio.

Acho que vou gostar de o ler.

Basta começar pela "Apresentação":

"Sei que a poesia é para ser lida por aqueles que dela gostam. Mas gostava que este livro incentivasse outros a amá-la também."
Graça Pires
Maio de 2012
-

Nos últimos anos dou comigo a ler e reler, voltar a ler, Poesia, de todos os estilos, dos mais dispersos autores.

Tarde e a más horas
(parece-me que já não vou a tempo de conseguir usar a palavra com a propriedade necessária para conseguir transmitir aos outros o que eu sinto da poesia.)
O quanto eu me sinto poeta, que muito tardiamente, entrou a ensaiar uns passos para pintar a sua poesia... pobre, franciscana mesmo, sem saber bem onde vai e se vai escrever com pontuação, sem rima, com rima, preocupado com o julgamento dos que já têm o seu caminho bem trilhado, que se ofendem com a aparição dos "aprendizes de feiticeiro"...

Um bom fim de semana, querida amiga,

António

Anónimo disse...

Concordo com o comentário do comentarista que me antecede. As pressas da vida levam-nos a esquecer tantas vezes os livros e o que eles nos dão.
Poema muito triste mas com uma esperança no fim. Já não me lembrava desta poeta mas fiquei com o bichinho da curiosidade e vou informar-me mais sobre ela.
MM é um prazer visitar os teus blogues. Há algum tempo que não vinha por cá. A vida a vida às vezes é madrasta e afasta-nos das pessoas que gostamos mas volto sempre aos locais que me dão esperança e que refletem o bom gosto de quem o habita.
Um enorme beijo da Joana Vasconcelos

Manuel Veiga disse...

beijo

partilho da tua admiração pela Poetisa.

Graça Pires disse...

Sempre carinhosa comigo. Obrigada, amiga. Um beijo enorme

Anónimo disse...

Obrigado poeta
ainda não sei se escreves
poesia
mas sei que és poeta de olhar
e coração
neste momento estou meio
nauseado
mas depois vou voltar
obrigado pelo poema
tocou meu ser
seja feliz.

Luiz Alfredo - poeta