Pintura de Duy Huynh
Reinvenção
Reinvenção
A vida só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... - mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcanço...
Só - no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só - na treva,
fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Poema de Cecília Meireles,
in, "Vaga Música" a págs 195/196
(1983)
9 comentários:
Que poema tão lindo, Otília!!! E a imagem....Parabéns pela tua criatividade, pelas palavras que escreves tão bem, pela tua sensibilidade! Parabéns pela tua presença aqui na Blogosfera, quando tantos desistiram e foram para outras paragens...És uma resistente, Menina!
Bejinhos da flor
um poema fresco e belo como a estação.
gostei muito MM
obrigada
umbeij
Muito bonito, e outra coisa não seria de esperar :)
Vic (yardbird)
O poema traduz bem a sensação de se entrar num dia de generosa Primavera!
Parabéns!
Um beijinho
Sempre agradável passar por aqui, tudo belo. bej.
Tretas
Gostei das tuas palavras primaveris.
Leves, coloridas, suaves, deslizantes... como a estação sugere.
Beijo carinhoso, querida amiga.
Nilson
Gostei das tuas palavras primaveris.
Leves, coloridas, suaves, deslizantes... como a estação sugere.
Beijo carinhoso, querida amiga.
Nilson
Pura beleza.
Beijo
de um lirismo encantador. suave e delicado como petalas de margaridas...
beijo
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