Imagem daqui
De dezembro a fevereiro os aloés
florescem à beira das estradas.
Têm hastes longas presas aos cactos.
Cleópatra, dizem, utilizava-os para dar à pele
a beleza macia que entontecia os homens.
É por isso que nos fascina a sua cor
fortemente igual às laranjas antigas.
É por isso que há mulheres rendidas
aos poderes dos bálsamos obtidos das flores.
É por isso que se acredita na minuciosa
utilidade de lhes extrair o sumo,
o tónico, o gel e tantas outras coisas
que prometem a juventude eterna.
Como se não fossem perversos
os desígnios da morte.
Poema de Graça Pires
De A incidência da luz, 2011
2 comentários:
Bjs para as duas
Boa memória
Obrigada, eu, pela visita simpática we solidária que fez ao meu blogue, "Alegrias e Alergias". É bom saber que o que escrevemos é apreciado e dá alegria e ânimo outros por essa blogosfera.
Já lá respondi.
Estive a "flanar" por aqui e gostei do conceito, da bela selecção poética, da estética! Vai já para o meu blogroll.
Parabéns e um abraço! :)
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