Imagem de Pedro Moreira
O Coronel Mário Pinto Simões foi um dos Presidentes da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.
Homem de princípios rígidos, militar por vocação, não mudou o seu estilo de vida pelo facto de ter subido ao mais alto cargo do Concelho.
Homem de trato fácil, apesar da sua aparente rudeza, transmitia uma simplicidade de costumes que até comovia.
Lembro-me dele com um enorme respeito, maior respeito ainda, nos dias de hoje, pelas atitudes públicas que tomava.
Possuía um usadíssimo Renault 5 quando entrou em funções. Com ele terminou o seu mandato.
Mas o que mais me impressionava, naquela altura e, ainda hoje me impressiona, foi a sua atitude enquanto no exercício de Presidente de Câmara.
Ele conduzia o seu próprio carro nas deslocações diárias; ao almoço deslocava-se a casa nas mesmas condições, o mesmo se passando à saída. Foi assim durante todo o mandato presidencial.
Só admitia motorista e carro da autarquia quando, efectivamente, saía em serviço oficial.
Um dia intrigada com o seu comportamento, interroguei-o sobre o assunto e ele muito simplesmente me disse:
- "Que moral posso ter em mandar um motorista a casa buscar-me para vir para o meu "trabalho" quando os demais funcionários, que ganham muito menos que eu, vêm pelos seus próprios meios?
Apesar de já contar com a resposta, porque assim imaginei ser, surpreendeu-me o ar calmo e tolerante dele.
Quando já no final do cumprimento do seu mandato, foi surpreendido com algumas falsas declarações que dele fizeram para o prejudicar, apesar de ter oportunidade para contratar um gabinete jurídico de renome, foi comigo que falou para preparar a sua defesa.
Sentado num dos sofás da sala da minha anterior casa, expôs-me com toda a honestidade, os acontecimentos que tinham gerado a tal confusão.
Não dormi nessa noite na preparação do documento que no dia seguinte lhe entreguei e que bastou para se defender e sair de cabeça bem levantada no final do seu mandato.
Políticos como este, creio, já não existem.
Hoje em dia, a despesa pública é cada vez mais aumentada com superficialidades e luxos a que os políticos se dão ares… e depois exigem que seja o mais pequeno a entregar os seus magros recursos, para os sustentar.
Se cada um se privasse do carro ou dos carros e respectivos motoristas com que se "passeiam" bem como, as suas famílias tantas vezes, e só mesmo em actos oficiais os utilizassem, isso sim, seria uma pequena amostra do respeito que tinham por aqueles que os elegeram e que neste momento, muitos, atravessam situações dramáticas.
Isto não falando de outras benesses luxuosas que se permitem ter.
E o Povo continua a pagar os seus "vícios".
Homem de princípios rígidos, militar por vocação, não mudou o seu estilo de vida pelo facto de ter subido ao mais alto cargo do Concelho.
Homem de trato fácil, apesar da sua aparente rudeza, transmitia uma simplicidade de costumes que até comovia.
Lembro-me dele com um enorme respeito, maior respeito ainda, nos dias de hoje, pelas atitudes públicas que tomava.
Possuía um usadíssimo Renault 5 quando entrou em funções. Com ele terminou o seu mandato.
Mas o que mais me impressionava, naquela altura e, ainda hoje me impressiona, foi a sua atitude enquanto no exercício de Presidente de Câmara.
Ele conduzia o seu próprio carro nas deslocações diárias; ao almoço deslocava-se a casa nas mesmas condições, o mesmo se passando à saída. Foi assim durante todo o mandato presidencial.
Só admitia motorista e carro da autarquia quando, efectivamente, saía em serviço oficial.
Um dia intrigada com o seu comportamento, interroguei-o sobre o assunto e ele muito simplesmente me disse:
- "Que moral posso ter em mandar um motorista a casa buscar-me para vir para o meu "trabalho" quando os demais funcionários, que ganham muito menos que eu, vêm pelos seus próprios meios?
Apesar de já contar com a resposta, porque assim imaginei ser, surpreendeu-me o ar calmo e tolerante dele.
Quando já no final do cumprimento do seu mandato, foi surpreendido com algumas falsas declarações que dele fizeram para o prejudicar, apesar de ter oportunidade para contratar um gabinete jurídico de renome, foi comigo que falou para preparar a sua defesa.
Sentado num dos sofás da sala da minha anterior casa, expôs-me com toda a honestidade, os acontecimentos que tinham gerado a tal confusão.
Não dormi nessa noite na preparação do documento que no dia seguinte lhe entreguei e que bastou para se defender e sair de cabeça bem levantada no final do seu mandato.
Políticos como este, creio, já não existem.
Hoje em dia, a despesa pública é cada vez mais aumentada com superficialidades e luxos a que os políticos se dão ares… e depois exigem que seja o mais pequeno a entregar os seus magros recursos, para os sustentar.
Se cada um se privasse do carro ou dos carros e respectivos motoristas com que se "passeiam" bem como, as suas famílias tantas vezes, e só mesmo em actos oficiais os utilizassem, isso sim, seria uma pequena amostra do respeito que tinham por aqueles que os elegeram e que neste momento, muitos, atravessam situações dramáticas.
Isto não falando de outras benesses luxuosas que se permitem ter.
E o Povo continua a pagar os seus "vícios".
(texto de 25.05.2010 originalmente nas "Minhas Notas" do Facebook)
12 comentários:
É essa gente que faz falta!
São estes exemplos que deveriam ser conhecidos e mostrados.
Grande "Post"! E grande Mulher que te atreveste a escrevê-lo!
Os politicos de agora só querem benesses e bons cargos para eles e para as famílias. É preciso dizê-lo com frontalidade
PARABENS!
Tinha de ser da minha amada cidade de Gaia.
Eu continuo a dizer q precisamos de políticos profissionalizados. “Desses” há poucos!Passei e gostei! t.
Fez bem em recordar esta digna postura. Infelizmente exemplos destes são muito raros, os nosos políticos facilmente se deixam cair na feira das vaidades...
Bjs
Estou a lembrar-me de outro político português que de tanto amar e respeitar o povo, acabou sendo rotulado por fascista, sem que o povo que tanto defendeu, das investidas de traidores internacionalmente apoioados, lhe reconheça todo o bem que fez a Portugal. Conclusão: O povo é ingrato e prefere os ladrões e perversos. "Quanto mais de metes a mão, mais me excitas" Coitados.
Se continua Menina Marota... E eu pergunto-me, até quando?
O país precisa é de Homens assim, honestos e responsáveis, mas para o governo, muito honestamente não creio que hajam muitos.
Beijinho e muito obrigada pela simpatia no meu blogue.
Ana Martins
Uma jóia rara, no meio de tanta corrupção. Se houvessem muitos homens assim o país não chegava a este estado.
Um abraço e bom Domingo
muito raro hoje em dia, muito raro...
boa semana!
um beij
Já não há pessoas assim nas autarquias e muito menos na política.
Tem uma óptima semana.
Beijos.
Excelente testemunho. Seria importante que exemplos como este tivessem outra projecção.
Obrigada pela partilha.
Um beijinho, Otília
Que contraste com os dias de hoje onde o farisaísmo campeia, o despesismo é galopante, a ostentaç
ão a imagem de marca de muito pacóvio travestido de «estadista»...
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