Poema
A minha vida é o mar o Abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
O quadrado da janela
O brilho verde de Vésper
O arco de oiro de Agosto
O arco de ceifeira sobre o campo
A indecisa mão do pedinte
São minha biografia e tornam-se o meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada
Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen in "Geografia"
9 comentários:
Faz lembrar a nossa Cecília Meireles.
Muito linda sua escolha e vc é muito bela.
Kissss
Susy
a musiquinha que tá tocando é um barato!
A poesia da Sophia é uma delícia.
Querida amiga, obrigado pela partilha.
Beijos.
Sophia sempre
Querida Menina
Esqueçamos a morte, que só existe no corpo, lembremos Abril, que só existe na imaginação, vivamos o agora, que é a nossa realidade.
Um beijo
Daniel
Boa escolha para o blog. Toda a poesia da Sophia é uma maravilha.
Bem hajas pela partilha, Menina Marota:)
Bjito amigo
Sophia, sempre belíssima. Obrigada pela partilha.
Um beijo, MM
boa maneira de celebrar Abril - com Sofia!
beijo saudoso
Linda poesia, tem palavras vinda direta do coração. Um abraço!
LINDAAAAAAAAAAA!!!!!!!
E O POEMA, DISPENSA COMENTARIOS!
BELISSIMO, TUDO******!!!!!
BEIJINHOS.
H.
Enviar um comentário