Não chores a dor da morte
Chora a alegria de ter vivido
A ternura murmurada
A palavra abraçada
O sorriso oferecido.
(Otília Martel)
Com que pedra de sal
com que promessa
com que pássaro solto pela casa
com que folha de louro
com que sonho
com que lua entornada no alpendre
com que livro de quem
com que sonata
temperarei a dor da tua ausência
o silêncio
o vazio na minha cama
os gritos do meu corpo
o pão por partir da minha alma
Com que chuva
lavarei o rumor dos teus passos
no magoado coração dos dias
Com que pranto
afogarei teu rasto
com que manto de lava
com que mar.
(excerto)
Rosa Lobato de Faria in A Gaveta de Baixo
(1932 - 2010)
com que pássaro solto pela casa
com que folha de louro
com que sonho
com que lua entornada no alpendre
com que livro de quem
com que sonata
temperarei a dor da tua ausência
o silêncio
o vazio na minha cama
os gritos do meu corpo
o pão por partir da minha alma
Com que chuva
lavarei o rumor dos teus passos
no magoado coração dos dias
Com que pranto
afogarei teu rasto
com que manto de lava
com que mar.
(excerto)
Rosa Lobato de Faria in A Gaveta de Baixo
(1932 - 2010)
14 comentários:
para mim... muito importante... nas cores do texto, na envolvência das palavras... nos sorrisos da escrita!
Belo e expressivo poema este, da notável Mulher que agora nos deixou.
De saudar, Otília, este teu regresso ao MM; lamento apenas o triste motivo que originou esse regresso.
Carlos Ferreira
linda homenagem à nossa "Rosinha"
Bjs
Valéria
Fiquei triste com a morte de uma mulher tão especial.
Faço-lhe um brinde pelo que foi, paz à sua alma
Todos temos lá o nosso lugar á espera, um lugar que não foge a nimguém!
Uma grande perda! Uma grande perda!
Obrigada.
Mariana
Linda homenagem a uma mulher muito doce.
Uma bonita e merecida homenagem a uma grande Senhora, "Rosinha" como era chamada pelos mais próximos, com tanto carinho.
Bjs da flor
Cheguei atraves de uma amiga que me recomendou a sua página. Tem aqui um excelente blogue que passarei a visitar com assiduidade.
Abreijos do
Diogo
Quando li pela primeira vez A Gaveta de Baixo fiquei com a sensação de ter lido um dos mais belos poemas que algum dia poderiam ter sido escritos...
Tenho desta grande senhora a impressão de uma extrema e doída sensibilidade, própria dos sábios...
Partilho da invocação em jeito de homenagem...
Bjo
...gostei e partilho
Foi uma grande mulher. Uma grande perda!
Com que saudade?
Partem, mas não vão,
aqueles a quem Deus mais ama...
Partem e deixam obra!
Obrigada minha querida amiga.
O teu blog está nos meus favoritos.
Beijos no teu doce coração
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