Não sei quando lhe perdi o caminho de casa.
Sei que ao reencontrá-lo as suas palavras brotaram como pétalas baloiçando na suave brisa do mar.
Ei-la na magia que a sua poesia nos oferece...
Pintura de Arthur Rackham
ah a cor da noite
de todos os animais
solitários. lenta aparição.
corações feridos na travessia
dos prados quietos.
sombras inclinadas ângulos
rarefeitos na treva.
o céu a tragar a treva
os ramais sem rumo.
cães acossados na nudez do lugar
atravessam a geografia do deserto
inteiro. em nebulosa romaria.
por dentro das grutas insones
pesam as pálpebras líquidas
despenhadas na ausência.
há os amantes no silêncio claro da lua.
nas peles desnudas tacteiam
um instante. um fim de solidão.
há mãos que derivam na escrita
nas sílabas crepusculares
intentando réstias de memória.
ah as vozes invisíveis
antigas no medo límpio.
9 comentários:
"há os amantes no silêncio claro da lua
nas peles desnudas tacteiam um instante, um fim de solidão"
Para mim, a parte mais bela do poema.
P.S.-Não tenho disponibilidade de visitar todos os teus blogues. Poderei é substituir este por outro, se assim o entenderes.
Um pouco dificil de interpretar mas gostei de ler. a imagem tembém gostei
Mário Albuquerque
há os amantes no silêncio claro da lua.
nas peles desnudas tacteiam
um instante. um fim de solidão.
Lindo. Gostei muito.
Abraço e bom fim de semana
A Maria M. tem poemas muito belos. Este é um deles. Um beijo para ela. Outro beijo para si.
As vozes invisíveis... oiço-as tantas vezes!
**//**
Afinal acabei por te encontrar.
Mais tarde irei visitar os teus outros espaços.
Bjo___fotografado! ๏̯͡๏
obrigada pelo teu apreço, pela tua generosidade.
um beijo.
Uma linguagem poética magnífica!
Parabéns!
eu, SERGIO AUGUSTO DIBNER MARAVALHAS DIGO QUE É MUITO BOM VER ALGUEM FAZER ALGO DE BOM . CURITIBA /PARANÁ/BRASIL 41 84878688
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