Meus olhos abertos!
Levai-me até ao mar
a ver se adormeço!
Aqui tão distantes,
não se hão-de fechar
meus olhos abertos.
Chorarão lembranças,
formarão um mar
de pranto e desejo.
Um mar sem consolo,
que me há-de levar
à insónia eterna.
Não imitam os beijos
nem doces cantares
a onda e o vento.
A onda e o vento!
Quero ver o mar,
a ver se adormeço!
Juan Ramón Jiménez
in Antologia Poética, Trd. José Bento
(Prémio Nobel da Literatura 1956 )
31 comentários:
"Quero ver o mar, a ver se adormeço". Ninguém o diria melhor que J.R. Jiménez. Um beijo.
Não conhecia...
Gostei muito.
beijinhos
Ah.
O mar.
Gostei.
Z.
a insônia aqui é bem mais profunda do que uma simples ausência de sono.
Brilhante!
Cara amiga... num espírito "peça que eu envio"... poderia fazer o favor de escrever (comentar) no meu blogue como se faz para conseguir uma música de fundo (do mesmo modo como esta de pink floyd). Peço-lhe que me descreva com algum pormenor (como se eu fosse muito burro) pois entendo pouco destas "tecnologias" e dos nomes modernos ou abreviaturas que lhes dão.
Agradeço.
Bom dia.
Bonito o poema, embora conheças as minhas preferências.
Bj
dulcissimo (re)ler Juan Ramón Jimenez...
beijos
não podia faltar o mar. as tuas escolhas são sempre fabulosas.
bjs
Ainda acordada?
Beijinho, MM :-)
O mar e a poesia: um nunca acabado e nunca esgotado encontro.
O mar, eterno tema dos poetas.
Beijinhos
Belo! Belo! Belo poema...beijos.
Desculpe-me "comentar" aqui. O que lhe solicitei não é especificamente obter a música de Pink floyd... mas uma outra (verdes anos de Carlos Paredes), no mesmo estilo que o do seu blogue (automáticamente e com opçao de desligar, sem repetiçao para quem ouve uma vez).
O email para onde pode enviar essa informaçao é info@trabirent.com
Agradeço
AH ! Como eu odeio a noite ….!!!
Porque é na solidão do meu leito
Que tu te insinuas em visões oníricas
Com a lasciva brancura da tua pela macia.
É na insónia insofrida da noite
Que os teus seios
Belos e apetecidos como dois frutos maduros,
Me causam, com os seus túrgidos e róseos bicos
A reacção pavloviana duma fome nunca mitigada.
É durante a noite que, sem tino, me agito
Ardendo na febre dos sentidos despertos
Quando vejo no lugar mais recôndito
Das tuas pernas entreabertas
A fímbria que eu adivinho húmida e quente.
É no silêncio duma insónia feita de desejos
Que eu oiço o apelo dos teus gemidos
De fêmea que quer mas, afinal, se recusa
Ao volatizar-se no irreal
Quando, doido de sofreguidão,
Procuro apertar-te nos meus braços
E me deixas com a fome das coisas irrealizadas
Ah ! Como eu odeio a noite…. !!!
Juan Ramón Jiménez e José Alberto Mar fizeram aqui um quadro poetico de perfeita harminia e beleza.
Valeu a pena descobrir este blogue nos meus passeios pela internet.
Bjinhos Margarida
cara amiga menina marota,
Estou muito satisfeito... consegui colocar a música no meu blogue (tive que alterar o código em "false" para impedir repetiçao e também alterar o nome pink floyd no "ouvindo").
Agradeço-lhe a atençao e a amabilidade.
Fiquei sem saber como se cambia a música por outra, mas por agora estou contente com aquela que me cedeu.
Obrigado
A pouco e pouco vou aumentando os meus conhecimentos poéticos.
A minha poesia é a dos outros e ,entre eles, há uns que aprecio e outros não, como é óbvio.
gostei muito.
amo poesias.
sempre coloco no meu blog também.
beijos.
Excelente. Z.
tive aki a encantar-me com o teu site. passa no meu sim? keria k me linkasse pode ser???
kisssss da joaninha
O Mar, a Musa de todos nós.
Lindo poema.
Adriana
Este poema é simplesmente o que o mar tem de mais magnífico: o nosso interior.
Obrigado pela visita e pelo comentário.
Arvorei-a oficialmente à categoria de Pensadora Demolidora.
Belíssimo... o blogue da Menina... e se é Marota, que me importa.
Também não conhecia e achei lindo !!
Beijinho
Estou de regresso,por alguns dias.
Venho do mar e das gaivotas que,por muito que goste delas,me estragam demasiado a casa...
Por isso,deixo-lhe um texto de Eugénio de Andrade.
AS GAIVOTAS
"Nenhuma palavra acorre hoje para me ajudar a carregar com o dia.Contemplo longamente(ver é agora a minha única paixão)a ave que desenhaste no meu caderno,ferida em pleno voo - quem terá forças para impedi-la de morrer?Outras gaivotas passam quase rente à janela,vai chover.Troco este céu impassível pelas dunas de Fão,agora só na memória.Também aí as gaivotas anunciavam que a luz mudara de direcção,e algumas aproximavam-se tanto do meu rosto que eu chegava a recear que me bicassem os olhos.Elas vêm e vão,o céu está agora mais claro,já não as vejo.Talvez não caia mais que um dedalzinho de água,ou nem isso sequer.
28.2.86"
Um abraço.
Sereno e belo este Poema, minha querida; muito bela a imagem e a música, como sempre!
Obrigada pela partilha! Não conhecia...
E agora, peço-te desculpa por utilizar este teu espaço para te pedir o favor de passares pelo meu "De Amor e de Terra" e se quiseres, aceitares um desafio.
Beijos e boas férias se for o caso.
Maria Mamede
Excelente, considere-se fixada (linkada)!
Ver o mar e adormecer... um cenário idílico!!!
Muitos beijinhos!!!
Cá estamos - juntos, Assim.
A imagem, ficou Bem Ligada com o seu texto-poema.
Objectivo cunmprido, O.K?
Quando quiser "roubar-me" + Imagens, "você" vai Lá,
e não precisa de dizer
Nada,
TÁ?(Combinadp?)
Fique , Mesmo, BEM!
bjis
j.a.m.
Ali, lá atrás , Alguém "Anónimo" me dá 1 cumprimento simpático de passagem, nesta nossa Viajem por Aqui
Bem-hajas.
Diz Algo para o "EU.CÁ.VOO. CAMINHANDO". (http://ecvcaminhando.blogspot.com)
pois - eu acho, que Tenho uma Imagem para te Dar.
Assim.
Sem +,
Claro
j.a.m.
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