O Eternamente Menina é um outro meu "refúgio" com uma característica muito pessoal e pelo qual nutro um especial carinho.
Foi com surpresa que recebi a notícia de que o Eternamente Menina tinha recebido um simbólico prémio do blogue do Ruvasa que me deixou muito feliz e por isso quero aqui partilhar essa alegria, agradecendo desde já ao Ruvasa tal distinção.
Tem um outro pormenor mas que só mesmo no Eternamente Menina saberão…
Foi com surpresa que recebi a notícia de que o Eternamente Menina tinha recebido um simbólico prémio do blogue do Ruvasa que me deixou muito feliz e por isso quero aqui partilhar essa alegria, agradecendo desde já ao Ruvasa tal distinção.
Tem um outro pormenor mas que só mesmo no Eternamente Menina saberão…
O poeta tem olhos de água para reflectirem todas as cores do mundo,
e as formas e as proporções exactas, mesmo das coisas que os sábios desconhecem.
Em seu olhar estão as distâncias sem mistério que há entre as estrelas,
e estão as estrelas luzindo na penumbra dos bairros da miséria,
com as silhuetas escuras dos meninos vadios esguedelhados ao vento.
Em seu olhar estão as neves eternas dos Himalaias vencidos
e as rugas maceradas das mães que perderam os filhos na luta entre as pátrias
e o movimento ululante das cidades marítimas onde se falam todas as línguas da terra
e o gesto desolado dos homens que voltam ao lar com as mãos vazias e calejadas
e a luz do deserto incandescente e trémula, e os gestos dos pólos, brancos, brancos,
e a sombra das pálpebras sobre o rosto das noivas que não noivaram
e os tesouros dos oceanos desvendados maravilhando com contos-de-fada à hora da infância
e os trapos negros das mulheres dos pescadores esvoaçando como bandeiras aflitas
e correndo pela costa de mãos jogadas pró mar amaldiçoando a tempestade:
- todas as cores, todas as formas do mundo se agitam e gritam nos olhos do poeta.
Do seu olhar, que é um farol erguido no alto de um promontório,
sai uma estrela voando nas trevas
tocando de esperança o coração dos homens de todas as latitudes.
E os dias claros, inundados de vida, perdem o brilho nos olhos do poeta
que escreve poemas de revolta com tinta de sol na noite de angústia que pesa no mundo.
Manuel da Fonseca in "Os olhos do Poeta"
e as formas e as proporções exactas, mesmo das coisas que os sábios desconhecem.
Em seu olhar estão as distâncias sem mistério que há entre as estrelas,
e estão as estrelas luzindo na penumbra dos bairros da miséria,
com as silhuetas escuras dos meninos vadios esguedelhados ao vento.
Em seu olhar estão as neves eternas dos Himalaias vencidos
e as rugas maceradas das mães que perderam os filhos na luta entre as pátrias
e o movimento ululante das cidades marítimas onde se falam todas as línguas da terra
e o gesto desolado dos homens que voltam ao lar com as mãos vazias e calejadas
e a luz do deserto incandescente e trémula, e os gestos dos pólos, brancos, brancos,
e a sombra das pálpebras sobre o rosto das noivas que não noivaram
e os tesouros dos oceanos desvendados maravilhando com contos-de-fada à hora da infância
e os trapos negros das mulheres dos pescadores esvoaçando como bandeiras aflitas
e correndo pela costa de mãos jogadas pró mar amaldiçoando a tempestade:
- todas as cores, todas as formas do mundo se agitam e gritam nos olhos do poeta.
Do seu olhar, que é um farol erguido no alto de um promontório,
sai uma estrela voando nas trevas
tocando de esperança o coração dos homens de todas as latitudes.
E os dias claros, inundados de vida, perdem o brilho nos olhos do poeta
que escreve poemas de revolta com tinta de sol na noite de angústia que pesa no mundo.
Manuel da Fonseca in "Os olhos do Poeta"
É com alegria no coração que menciono o Poesia Portuguesa que também mereceu a atribuição do Award Thinking Blogger
6 comentários:
...o olhar do poeta...
...um beijinho
Parabéns pela distinção do "Eternamente Menina".
Também gosto muito deste poema do Manuel da Fonseca. É uma bela definição do olhar do poeta,(do olhar dele...), sensível e generoso como era.
e que melhor presente poderia receber no regresso de tão bela viagem? os meus mais modestos parabéns pela distinção mais do que merecidíssima. beijinho grande.
MENINA_MAROTA
hoje tive o prazer de receber a tua visita no kalinka, escreveste:
...E afinal estavamos tão perto uma da outra e só um sorriso tímido trocámos, não foi??
não foi não...
realmente estavamos na mesma mesa, só que em lados opostos e, eu estive todo o tempo a pensar a melhor forma de te abordar e, no fim, já de pé, de saída para a porta, abordei-te e disse que eu sou muito tímida e nunca deixava comentários no teu blog, mas um dia, recebi um comentário teu e aí senti a «luz verde» para avançar...
depois parámos a conversar com um dos organizadores do jantar, o Jo do blog «Recordações do Baú» e fiquei sabendo que vocês tinham vindo propositadamente do Porto.
Sou «cheinha» e de óculos, já te lembras quem sou?
Beijinhos.
desconhecia por completo este poema do Manuel da Fonseca muito bonito mesmo. cheguei aqui através de um outro blog e vinha saber quem és. fiquei maravilhado com tudo.
Kissss do Pinto de Carvalho
tinta de sol, de ternura e de vida
com que os teus olhos pintam palavras e criam poesia
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