Há muito que não visitava, confesso, a página do meu querido Amigo Manel do Montado … pessoa de uma frontalidade e de uma coerência, que me apraz registar. Quando o acabei de ler, ocorreu-me o poema que vos deixo…
Imagem daqui
A injustiça avança hoje a passo firme
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração;
isto é apenas o meu começo.
Mas entre os oprimidos, muitos há que agora dizem
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos.
Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nós
De quem depende que ela acabe? Também de nós
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã
(Bertold Brecht in "Elogio da Dialéctica")
14 comentários:
Poema forte mas cheio de esperança e que deixa um apelo à luta e ao não-conformismo.
Um beijo
P.S. Também lamentei não ter podido ir À apresentação do livro do Frog, mas tinha afazeres como dirigente sindical aos quais não me podia escusar. Foi pena!
Poder-me-ás citar sempre que queiras, facto que constituirá sempre uma honra para mim, apesar de exagerada. O que sinto mesmo é um privilégio imenso por conhecer gente como tu, ainda que virtualmente.
Um abraço
Gostei de ler esta selecção poética.
Beijinhos.
Uma pérola digna de antologia...
Seu blog é uma delícia. Ótimos textos, belas fotos. Fiquei apaixonado por um casario da Rosário Andrade. Eu voltarei.
Abraços.
DB.
A excelencia das palavras com que nos brindas deixa-me muda...
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......d88888bd888b.
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.....888888P`Y8888P.
.....Y888888.....( , \_.
....,_Y88(.................)....*Passo para te ler...
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.....“8“888P........(_.... para saber como estás...
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...........~;~~\~..... * Para te deixar um beijo
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..........|___|.|............ e desejo boa semana!!!!
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«`“•.¸.♥ Nadir ♥ ¸.•“´»
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Serão sempre. Só os "vencedores2 de hoje não se dão conta disso.
Beijos, O.
Simplesmente o meu muito obrigada.
bjinhos
Minha Menina,
Partilho contigo a admiração pelo Manel do Montado.
Tens aqui um belo poema de Bertold Brecht.
Não partilho da da esperança hegeliana do 'vir-a-ser'.
E nem a sociedade platónica transformou os filósofos em reis, nem Rousseau demonstrou como se concretizaria o milagre de cada indivíduo poder
receber a educação de um princípe.
Engels e Marx são referências históricas, não mais a minha Bíblia
O "Homem Novo" é uma utopia. A semente revelou-se impura.
Mas nem tudo isto, minha Menina, me retira a capacidade de continuar a dizer "Não"!
Bom dia.
Adorei este poema de Brecht. Adoro Brecht. É giro... quando fui obrigada a lê-lo, durante o curso, não gostei. Só mais tarde aprendi a apreciá-lo.
Obrigada pela tua visita ao meu blog e pelas palavras que lá deixaste. Pelo que pude perceber, indentificamo-nos bastante. E isso é muito bom :-)
a exortação à resistência é sempre salutar. no presente caso, através de poema tão inspirado, melhor ainda! deixo o meu abraço fraterno e solidário.
AU AU AU AU AUAUAUAUAUAU AUAUAU
AUAUAU AUAU AUAU
RUFF RUFFF
GRRRRR GRRRRR
AU AU AU AU AUAUAUAUAUAU AUAUAU
AUAUAU AUAU AUAU
Menina é um prazer imenso ler aqui Brecht.
É um prazer ainda maior, associar Brecht ao tema do Manel que já fui ler! Muito a propósito!
A minha admiração por si é cada vez maior, porque consegue juntar com elegância e mestria temas tão essenciais e realistas. Como outros aliás, que tenho lido neste Blog.
De Brecht deixo-lhe este, que é um dos meus preferidos:
"Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitoria.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas"
*Perguntas De Um Operário Que Lê.*
Cpmtos do J.N.
Olá
apesar de tudo podemos considerar este poema de esperança...
Deixo-te um beijo com sabor a maresia rejuvenescida!
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