terça-feira, setembro 12, 2006

Este Povo...

Foi com enorme prazer que recebi da Maria Azenha (Maat, como é conhecida na blogosfera) e a quem endereço o meu agradecimento profundo, o livro De Camões a Pessoa a Viagem Iniciática, da Editora SeteCaminhos.
Com obras plásticas de Ellys (Elisabete de Almeida) e poemas de Maria Azenha,
“…Este curioso tema fala-nos da alma do Pessoa e de um Portugal por ele aberto, mostrando um mundo repleto de mistérios e de interrogações…” lê-se no prefácio assinado por Luciano Reis.

Uma obra a não perder…porque aborda de uma forma diferente a epopeia dos Descobrimentos Portugueses…
Óleo sobre tela de Ellys

Este povo que sou eu,
Muito para além
No mar imenso onde há horrores,
Enfrenta o medo, a imensidão,
Para lá dos Bojadores.

Viaja,
Enigmático,
Em mar revolto
Sempre assustador,
Mas cada vez mais perto do porto.

Cumpre na Terra, mais do que o céu.
Cumpre o Infinito,
Este povo, que é todo meu,
Ovo Alado que se soltou dum grito!

(Poema "O Mostrengo" de Maria Azenha
in De Camões a Pessoa “a Viagem Iniciática”, Editora SeteCaminhos)


(Em tempo: Este poema de Maria Azenha e a pintura de Elisabete de Almeida, foram escolhidos para figurar no portal de Mhario Lincoln Brasil publicado hoje, 14 de Setembro)

34 comentários:

Embryotic SouL disse...

Texto bonito...voltarei.bj

Crepúsculo Maria da Graça Oliveira Gomes disse...

Fantástico este poema, boa escolha amiga , eu não conhecia. Beijinhos para ti

Anónimo disse...

É bom recordar a história deste País que por muitos anda renegada e esquecida. O Povo Português sempre foi um lutador e não será agora que irá cruzar os braços!!


- Enfrenta o medo, a imensidão,
Para lá dos Bojadores. -

É isso tudo!!

Parabéns às autoras do poema e da imagem e a ti que aqui trouxeste.

Cpmtos do J. N.

Anónimo disse...

a Menina é uma Marota e Eternamente Menina!

gratíssima pela sua lembrança.
Beijinhos,


***maat

Anónimo disse...

belíssimo

Anónimo disse...

Bonito, mas mais bonito seria se não te esquecesses do grito que eu agora estou a dar...
Beijos

Ps:- Passa aqui ou noutro que te apeteça : http://nietzsche.blogs.sapo.pt/main.html

Maria Carvalho disse...

Obrigada pela partilha. Beijos.

asdrubal tudo bem disse...

como já aqui disse não consigo gostar de poesia mas ao ver esta referência a Camões não posso deixar de me lembrar de um dos poucos poemas que gostei e de tal maneira que nunca o esqueci e quase o sei todo de cor. Aqui fica


Alma minha gentil, que te partiste

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Algu~a cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

Luís de Camões

Barão da Tróia II disse...

Obrigado pela dica.

Clotilde S. disse...

Almas grandes que eternizaram a Palavra e que pela Palavra se tornaram eternas.

Um beijo

Amaral disse...

O Mostrengo, o grito da Alma, o Medo que é vencido entre o Mar e os Céus, a Odisseia e a Ousadia dum Povo...

Anónimo disse...

Vem visitar-me aqui ... www.pnet.pt

Anónimo disse...

Uma boa dica para prenda de Natal! Pela amostra que aqui fazes deve mesmo ser muito bom. Poderás dizer-me se já está à venda e onde? Desculpa o atrevimento, mas assim não perco tempo a procurar.
Bjossss:-)

Teresa Durães disse...

a desejar uma boa tarde!

wind disse...

A maat é fantástica:)
Boa escolha a tua;)
beijos

Anónimo disse...

Perfeita esta escolha; e como alguém ali diz uma otima prenda de Natal. Jinhos da Anita

Thiago Forrest Gump disse...

Menina Marota, pelo visto tem bom gosto para leitura. :)

APC disse...

Preciosidade oferenda.
Fiquei com água na boca.
E a pintura a óleo (que me encanta) está um prazer só!:-)

PS - Nova "fuga para labor" se anuncia (ando assim, tão pouco atenciosa!... É que há uma monografia para fazer!), mas ainda antes de ir deixo um desafio. Desta vez dou uma hipótese aos números, pois já sei que o que se lhe seguir será dedicado aos sentidos. Meninas marotas podem e devem passar por lá!;-)
Beijinhos.

Anónimo disse...

Conheço algumas coisas de Maria Azenha (Maat), e é um gosto enorme lê-la aqui. Beijinho

Carla disse...

Muito bonito :)
Deixo um beijo à minha passagem por aki.

Anónimo disse...

Excelente! A Maat no seu melhor! Parabéns pela escolha Menina Marota!
Cumprimentos,

Anónimo disse...

Muito bom! Gostei!
Beijinhos da Dani

Anónimo disse...

Muito bom! Gostei!
Beijinhos da Dani

M.A. disse...

Querida Menina Marota fiquei emocionada com sua delicadeza e partilha.
fui lá . E é um pouco estranho(mas gratificante) ver a nossa Alma espalhada pelo Mundo.
A minha gratidão.
Que a Poesia possa acompanhar a sua Vida ao mais alto grau .
Beijinho,


***maat

Manuel Veiga disse...

uma extraordinária poetisa pelopouco que da Maat conheço. e cujo opinião e comentários muito aprecio. foi bom ler aqui

Era uma vez um Girassol disse...

Gostei muito deste "Mostrengo"...
Gente co muito talento aqui apresentas, lançando obras recentes de muito interesse. Obrigada pela dica.
Bjs

Luís disse...

E que não se diga que o patriotismo é coisa do passado!

Um poema inspirador acompanhado da ilustração perfeita. Excelente escolha: parabéns!

Anónimo disse...

Vim do Mhario Lincoln direta para aqui e me emocionei lendo o seu flog e em especial com a partilha de tudo o que vc aqui faz. Meus parabéns por seu trabalho aqui menina é realmente de louvar esta dedicação e este trabalho aqui apresentado é a prova de que a partilha é sempre gratificante.
Beijão
da
Beth

maresia_mar disse...

Olá
grande poetisa.. é sempre um prazer ler-te a ti e também saber das coisas que divulgas aqui.. Eu voltei mas... Infelizmente vou continuar ausente por uns tempos pois a falta de tempo devido a excesso de trabalho não me permite visitar os meus amigos nem gerir bem o meu blog. Prometo voltar logo que seja possível. Até já e muitos beijos

Anónimo disse...

Mais uma escolha fabulosa.
Passei pra deixar um abração em vc e dizer qur tou indo de férias
:-)

Carla disse...

De passagem e a correr para te desejar um bom fim de semana
beijinhos

joão marinheiro disse...

Obrigado pela visita. É sempre bom rever os amigos e ao chegar aqui hoje de uma assentada revejo duas amigas de uma vez...
Abraço a ti e à Maria Azenha que um dia tive a grata satisfação de conhecer.

Amita disse...

A serena profundidade dos poemas da Maria Azenha ilustrados pela pintura da Ellys fazem este livro de uma beleza sem par.
Muito linda esta partilha.
Bjinhos

zemanel disse...

MANIFESTO

Passaram 32 anos após a conquista dos sonhos. Foram os nossos pais. Portugal saiu para as ruas e as suas avenidas povoaram-se de futuro e construção. Abriram-se escolas, criou-se hospitais, os médicos vieram para o interior, as comissões de bairro juntaram-se aos arquitectos e, nasceram casas para todos. Parques Infantis para as crianças. Portugal, Portugal todo, ganhou direito a gozar férias, mesmo quando ofereceu um dia de trabalho para a nação. A banca, os impérios financeiros, os monopólios industriais passaram para as mãos do povo. Passaram 32 anos e construímos para a nossa República, a Constituição – retrato da nossa luta, portugueses libertos pelas nossas mãos.

Hoje parece que perdemos o futuro. Desistimos, resignámos e o passado é que nos faz andar. Começamos nas coisas mais simples da nossa vida. Impingem-nos a Sopa da Avó, os bolos da Avó, a vida da avó – que coitada viveu na vil pobreza salazarenga…da sardinha para quatro. Ah dantes é que era bom…
No tempo da boa educação, do respeitinho e do juizinho. Todos ordenadinhos. Quando o Eusébio jogava e lutávamos contra os terroristas dos pretos de África.( Vejam lá que eles derreteram tudo quanto lá deixámos….)

Levam-nos as escolas, os hospitais, as maternidades, os direitos laborais, a segurança social e porra, dizem que é para o bem das gerações futuras.

Mas que raio de merda é esta das gerações futuras? É dar cabo do país que os meus pais construíram naquela madrugada de Abril?

As gerações futuras…Eles preocupam-se lá com as gerações futuras! Eles, a geração futura, que gramem os morangos com açúcar, a consola, a camisa de Vénus, o telemóvel, as mensagens sms e sobretudo cantem, cantem muito a cançãozinha reaccionária da Floribella, em que os ricos são uns pobres (!), coitados - vale mais ser pobrezinho, ouviram? De pequenino se torce o pepino.
E de pequeninos há por aí uns artistas que percebem.

E depois temos que gramar com o Berardo a vender o American Express a dizer que a gente com trabalhinho também lá chegamos…Como se o Joe tivesse lá chegado com trabalho.

A fábrica fecha, desenrasca-te.

As mulheres vão parir a Espanha, acho muito bem que as tias finas já lá vão abortar. Desenrasca-te

Não há centro de saúde, vai ao privado.

Não há escola, paciência – ainda se ganha bem nas obras.

Estás contratado a prazo até não sei quando? Azar, flexibiliza-te.

Juizinho! Veste a gravatinha e nada de greves ouviste? A Política não é para ti.
Esses gajos até são todos iguais…(Ainda chegas a sub gerente do balcão do nosso banco…)

É tudo tão moderno. Vem a malta do Beato com o compromisso, falam em futuro e eu só vejo o Salazar à frente. Mas como isto é uma democracia existe a esquerda, pá, do gin tónico, pá, com putos que deitam fogo pela boca e tocam djambé, pá. É também uma esquerda nova, pá. É moderna pá. Quer referendos por tudo pá, até prá segurança social da nossa constituição pá. Eles são modernos pá e eu só vejo antigos meninos reguilas à frente pá. Topas? É uma beca de esquerda, pá....

O futuro que nos arranjam agora é um futuro com parcerias com a sociedade civil – que é como quem diz, aí vem de novo a caridade!!! E à porta do supermercado do Belmiro cravam-me para o Banco Alimentar, na rua dizem-me que é contra a droga, dou mais 50 cêntimos para a Insttuição não sei do quê…Pergunto e ninguém responde: Onde está o meu IRS, a minha segurança social…São tão lindas as parcerias e o voluntariado. Mas o Estado não se obriga a nada?

A culpa disto ainda é dos pretos! Se ao menos fizessem como a Sara Tavares que é uma preta de respeito, foi morar pró condomínio e dá música aos vizinhos com um bom feeling. Aliás estamos tão à frente que os pretos no nosso país vivem todos como a boa da Sara no anúncio. A Azinhaga dos Besouros nunca existiu.

Mas o mais grave é a desfaçatez com que se trata os pobres da nossa terra! Hoje na televisão os senhores da Inspecção económica apreenderam peixe a comerciantes que trabalham honestamente, por vir em caixas de madeira – impróprio para consumo! Mas o peixe apreendido lá foi parar ao Banco Alimentar Contra a Fome. Então eu pergunto: Não serve para os restaurantes e serve para os pobres? Coitadinhos, não é?! Antes prós pobrezinhos e fazer mal do que deitar fora.

Porra! Mas quando é que nesta terra se enterra o Salazar?
José M Pereira
Torres Novas 19 Setembro 2006