Na hora da despedida do Hora Absurda, o Henrique ofereceu “…Para vós em quem confio…” um poema que muito me sensibilizou.
E porque a Vida é constituída por ganhos e perdas, mais um espaço que nos deixou e cujo autor, mais virado para a prosa, nos consegue surpreender com a sua poesia.
Refiro-o hoje aqui, com um carinhoso…
E porque a Vida é constituída por ganhos e perdas, mais um espaço que nos deixou e cujo autor, mais virado para a prosa, nos consegue surpreender com a sua poesia.
Refiro-o hoje aqui, com um carinhoso…
Aguarela de JMTeles da Silva - Ao sabor da aragem
Ninguém me prometeu nada,
Porquê estar, então, desiludido?
Nunca ninguém me terá garantido
Que a vida ia ser assim... ou assada,
Ela apenas acontece, danada!
Vulgarmente, quando nós medramos
Lidando com muitas vidas de estranhos,
Imaginamos a nossa plena de igualdade
No que tange a sua aprazibilidade
Segurança, beleza, no fundo, felicidade.
Também conhecemos vidas estragadas
E presenciámos acidentes, mortes, partidas,
Crimes, traições, desgraças variadas
Com pessoas conhecidas e desconhecidas,
E até nós próprios levámos cacetadas
Mas a vida vai se compondo,
Refazendo, ou contrapondo,
Sempre esta teimosia de viver
De superar crises sem dissolver,
Desejar momentos livres de sofrer.
A desgraça cai no olvido,
Novos sonhos se vão acalentando,
Novas esperanças, novo conteúdo
Para continuar esperando, esperando...
Por que razão vivemos da espera sem sentido?
É da morte, principalmente, da morte
A espera em que estamos treinados
Esperamos morrer sem negativos legados,
Que os paridos e crescidos tenham mais sorte
Para continuar a sua espera mas abastados
Somos, na verdade, optimistas em demasia
O pessimismo só nos invade quando, olhando em redor,
Vemos que a vida, ao invés de ter melhoria
Pelas conquistas da ciência e da tecnologia,
Se torna cada vez mais um horror.
Claro que não toca a todos, dirão.
Sim, é verdade, mas envolve uma imensa multidão
Nada nem ninguém as livrará da privação.
É motivo para acabar dizendo, padrescamente:
Que Deus tenha piedade da sua gente!
(Poema "Pietá"(em verso)de Henrique Sousa)
Ninguém me prometeu nada,
Porquê estar, então, desiludido?
Nunca ninguém me terá garantido
Que a vida ia ser assim... ou assada,
Ela apenas acontece, danada!
Vulgarmente, quando nós medramos
Lidando com muitas vidas de estranhos,
Imaginamos a nossa plena de igualdade
No que tange a sua aprazibilidade
Segurança, beleza, no fundo, felicidade.
Também conhecemos vidas estragadas
E presenciámos acidentes, mortes, partidas,
Crimes, traições, desgraças variadas
Com pessoas conhecidas e desconhecidas,
E até nós próprios levámos cacetadas
Mas a vida vai se compondo,
Refazendo, ou contrapondo,
Sempre esta teimosia de viver
De superar crises sem dissolver,
Desejar momentos livres de sofrer.
A desgraça cai no olvido,
Novos sonhos se vão acalentando,
Novas esperanças, novo conteúdo
Para continuar esperando, esperando...
Por que razão vivemos da espera sem sentido?
É da morte, principalmente, da morte
A espera em que estamos treinados
Esperamos morrer sem negativos legados,
Que os paridos e crescidos tenham mais sorte
Para continuar a sua espera mas abastados
Somos, na verdade, optimistas em demasia
O pessimismo só nos invade quando, olhando em redor,
Vemos que a vida, ao invés de ter melhoria
Pelas conquistas da ciência e da tecnologia,
Se torna cada vez mais um horror.
Claro que não toca a todos, dirão.
Sim, é verdade, mas envolve uma imensa multidão
Nada nem ninguém as livrará da privação.
É motivo para acabar dizendo, padrescamente:
Que Deus tenha piedade da sua gente!
(Poema "Pietá"(em verso)de Henrique Sousa)
25 comentários:
Um abraço caloroso e muito apertadinho para ti.
Que Deus tenha piedade de nós!
Beijo minha querida... enquanto me perco pelas palavras no findado Horas Loucas.
este homem é um espanto e pinta!!! eu ando sempre distraída, Menina! :)
Mais uma ausência que será sentida na blogoesfera. Bela, a homenagem que aqui fazes.
Beijos
Obrigado por usares a minha aguarela. Fico sensibilisado. Bjokas grandes.
Pena ver acabar um blogue. Bonita homenagem a tua. Boa semana.
um poema muito belo. compreendo a tuador e sou solidário contigo
Blogues nascem todos os dias e outros morrem...em paz!
Belo este poema...
Mas seremos mesmo optimistas em demasia?
Julgo que nos falta optimismo...
Beijinhos
Passei pelo outro local que tens; desculpa a franqueza que tive, mas tive que o fazer. Tens um dom especial, de dares mais do que recebes e tens a minha sincera admiração por isso, não consigo ser tão altruista como tu. Repito os parabéns pelo aniversário do teu outro blogue.É um exempla a seguir por muitos de nós.
Cpmtos do J. N.
Olá,
Bonita homenagem tua a dois amigos.
Algumas linhas do poema lembraram-me, à laia de rsposta, estes versos esperançosos de Eugène de Guillevic (tradução de David Mourão-Ferreira):
Outros virão depois de nós,
Mais pacientes, mais teimosos,
Mais fortes ou mais hábeis.
Hão-de saber extrair à terra
Mais do que nós.
E hão-de ter como suporte
O canto que foi cantado
Quando era a nossa vez.
Boa semana. Um beijinho.
olá.....
mas foi o blogue ou autor que desapareceu!
o urso é para alguns povos indígenas a personificação humana ....
e como vi ali o urso estendido.....
um abraço de amizade
RPM
Um bom poema, quiçá para uma triste despedida.
São os barcos que chegam, as caravelas que partem neste mar da vida.
Um abraço amiga
eu diria até mais,
que a vida continua,
pra mim pra ti prós demais,
cada um com a sua
cruz carregada,
sera sina,
vamos la não custa nada
beijo pra menina
bonito sim estas palavras, embora duras e pessimistas. gostei sofialisboa
Uma imagem destas não precisa de palavras!! Mais uma vez a tua generosidade aliada a uma sensibilidade impar!! Parabéns aos aotores do poema tão realista e da pintura, excelente!! E a ti menina marota um beijo de amizade se me permitires :)
bela poesia.
errata: é autores!!! ca grande asneirola agora fazia!!!
:)
Um beijo e um desejo que o sorriso seja o sol a brilhar nos teus lábios.
Para quem estava mais virado para a prosa está excelente.
Boa e serena noite.
"Por que razão vivemos da espera sem sentido?"
Nada há a esperar, apenas viver.
Lindo poema,bella foto
beijos
GOSTO MUITO MUITO, DE VER AQUI* AMBOS* O MEU BOM AMIGO *HENRIQUE* E...MEU CARO AMIGO JOSE' MANUEL , cuja pintura BELISSIMA PINTURA, muito me agrada porque, GOSTO IMENSO de *TODAS* as que tenho tido a oprtunidade de ver, pintadas por sua (DELE, JOSE' MANUEL TELES) MAO*!!!!
De SEU CANTINHO, linda MENINA MAROTA*, nao preciso acrescentar mais nada ao que ja' AFIRMEI "MIL VEZES"!!!!!
Deixo um imenso Abraco!
Heloisa.
************
Querida amiga, vim agradecer-te a visita la no meu blog...
Que lindo poema, cheio de tanta ternura, que nao ha como nao sentir-se, de alguma forma, abracado tambem por suas palavras...
Lindo, verdadeiramente lindo!
Beijos, flores e muitos sorrisos!
Estimada amiga, agradeço o destaque que deu ao meu poema, emparelhando-o com obra tão mais merecedora de encómios que a minha. Este espaço, e outros da sua autoria, estão a ganhar cada vez mais em originalidade, bom gosto e qualidade, que sempre neles vislumbrei. Especialmente quando nos presenteia com as suas próprias produções que tão humildemente faz passar quase despercebidas. Por falar nisso, a nossa amiga Heloisa também não me passou despercebida, tenho um sexto sentido apurado para a originalidade e qualidade, sem falsa modéstia.
Obrigado aos comentadores, ao autor da ilustração e à Menina Marota mas de muito bom coração e génio.
Belíssimo momento: o gesto, a aguarela (de uma vida, de uma ressonância!...), este poema de quem se despede depois de muito (tentei visitá-lo, mas já não tive acesso).
Estas coisas do "ir embora" mexem sempre um pouco, genuína e inevitavelmente. Torço, pois, para que o Henrique se sinta realmente BEM com mais esta opção e com todas as que se lhe seguirem, sempre! :-)
A ti, um abraço!
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