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Poema de Cecília Meireles in "Retrato"
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?
Poema de Cecília Meireles in "Retrato"
22 comentários:
Bem ilustrado este poema, que aqui hoje reli. Beijinhos.
Menina marota era eu... que hoje me identifico plenamente com este poema.O tempo passa correndo e assim perdi minha face num espelho.Lindo este teu post.Aqui me perdi por momentos.Aqui voltarei. Editelvina.
Esta música...ah!pois,tem uns pozinhos de perlimpimpim,hum...e,claro...náo li o que escreveste,vou ler,agora!ah!mas tiro a música..só um bocadinho,ok?
girassol
O teu rosto não se perdeu, antes se reinventou! Porque traz em si toda a tua experiência, tudo aquilo que tu és, de bom e de mau... O teu rosto és tu, em toda a tua plenitude! =)
Amei o poema...
E aqui te deixo um beijo demasiadamente terno para te arrancar um sorriso neste que espero ser um bom fim-de-semana para ti!
(Adorei a música aí do lado. Muito mesmo... De quem é?)
Transcrevo outras palavras dela que adoro vivamente "(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.". Ela realmente tem uma personalidade cativante. Um retrato sem igual. Gostei.
Bjos e resto de bom fim de semana
... no espelho d'um tempo que se perdeu numa esquina qualquer...
Um beijo, amiga.
Ah Caramba!
É isso mesmo que por vezes sinto!Que grande escolha!
Um beijão...
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Em que ano ficou a minha face sem sulcos, cheia de sorrisos e tenacidade? Em que dia deixei entrar em mim o vento frio do Outono? Ou perdi a cor dourada da Primavera, o brilho no olhar que agora é apenas uma quimera?
Qual foi o pesadelo em que me afundei e me esqueci de acordar a tempo de não sentir as vergastadas do medo? Toca despertador... hoje não te lanço pela janela, hoje ao primeiro segundo abrirei os olhos... Quero esgotar cada pedaço de tempo. Acorda-me... Urgentemente!
Como tu disseste uma vez no "Montado", por vezes, após ler os comentários, sentimos que foram ditas algumas coisas que gostaríamos de ter dito, mas chegámos tarde (não o disseste assim exactamente). Por isso subscrevo inteiramente a filosofia da "reinvenção" da Wakewinha, ao mesmo tempo que digo: De cada vez que nos olhamos ao espelho, encontramos sempre uma mudança, ainda que o espaço entre as observações seja de um minuto, de um segundo, apenas.
Mas aquele "rosto de hoje", aquele rosto daquele dia, surgir-nos-á sempre, hoje ou amanhã. Por isso resta esperar a todo o momento por ele, talvez com um sorriso, tentando enganar o espelho, se ele deixar...
Bjs
Zé
As vezes é preciso que nos percamos de nós mesmos para podermos refletir a respeito do que somos e do que queremos. Perder-se não é o fim, é apenas um motivo para um novo recomeço.
Abraços
Que bom encontrar-te por aqui!
Para entrar no teu blog vou ter que fazer um curso!!!
Quando é que nos encontramos?
Um abraço nosso e espero que o vírus já tenha ido passar férias para outro lado.
Um abraço nosso.
(Manda-me o ficheiro desta música, pf).
Excelente escolha de imagens e palavras,não só neste post como em todos os que li.
Ai, que este poema da Cecília Meireles faz-me ficar tão nostálgica... De tudo o que já fui. Parece ontem. Mas, na verdade, a vida é todos os dias. E nós acumulamos vida ao longo dos anos. Visto assim, não parece tão meu! :))
Beijinhos e uma boa semana.
Ficou perdida nas molduras das fotos de outrora... Como em todos nós, infelizmente. Mas há que ter saudades do que ainda se vai viver!
Olá: Todos nós fazemos a mesma pergunta:))Gostei muito.
beijo imenso
Retrato dum tempo, de momentos duma vida, do bom e do mau que passou e deixou indeléveis sinais.
Beijos
_Obrigado pela visita e pelas palavras...
Entretanto fiquei a saber da nossa ligação ao Direito...
Abraço
A. Bandeira Cardoso
A imagem do espelho, já não é a nossa, a nossa é sempre a que ainda não se formou no espelho, é essa que nos faz ir e que nos abraça a vontade de existir. Não as cores do espelho! O novo é o que nos movimenta o desenho, o pincel, o Ver. Na última onda, no último respirar, está o Começar. Eu não tinha o rosto de hoje, porque hoje me descobri…
Um beijo
O rosto de hoje perde a doçura e o fresco de ontem, mas possui à sua volta a mesma grandeza da consciência daquilo que É. Podem os olhos ser mais vazios ou o lábio ser mais amargo. Ninguém dá pela mudança, quando a mudança acontece no silêncio de quem sente...
:) a vida encarrega-se de nos fazer mudar :) beijos
Olá,
o poema é lindissimo... mas eu apesar de gostar do que fui também gosto do que sou, nada melhor do que a gente habituar-se aos vários rostos, nas várias étapas da nossa vida!! Uma boa semana
Um dos poemas mais reais de Cecília Meireles,. Chega a causar uma certa angústia. Bonita imagem:) beijos
Muito lindo!! Eu não conhecia sinceramente...Há muito de nós neste poema... Muitas vezes nos perdemos e não sentimos..
Onde fomos parar? Onde está aquela menina que um dia fui? Ou ainda sou?
Seu blog é 10!!!
Beijos!
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