terça-feira, novembro 14, 2017

SOBREVIVÊNCIA

David Hoffrichter

Era o vento.
Era o vento que me empurrava.

Era o vento. Era o vento.
E em seus braços me deitava.

Era o fogo.
Era o fogo das suas mãos que me queimava.

Era a mente.
Era a mente que tudo suportava.

E a raiva. E o medo.
Nos caminhos que caminhava.

Era o mar.
Era o mar em cujas ondas navegava.

Era o mundo.
Era o mundo cuja dor governava.

Era a morte.
Era a morte que por milagre evitava.

Era a vida. 
Era a Vida por Amor apetecida.

E era eu.
Era eu que sobrevivia.