segunda-feira, outubro 27, 2014

o mar todo nos meus olhos

Edward Hopper

Hoje, que tenho o mar todo
nos meus olhos, subo à torre do farol
para avistar o perfil silente dos barcos
e adivinhar a indecisa linha
que separa a noite da madrugada.
A navegação costeira faz-se ao mar.
Reparo então que os pescadores
não precisam de mapas para a faina.
Têm talhado no rosto o rumo dos cardumes
 e uma rosa-dos-ventos engastada em cada mão.

de Espaço livre com barcos, 2014

a pág.s  23

6 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Boa tarde

Lindo poema alusivo à faina do mar! Adorei

Otima semana

Beijos

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/


Graça Pires disse...

Que posso acrescentar ao que já disse sobre a generosidade da minha amiga MM.
Bem haja, amiga.
Um grande beijo.

Manuel Veiga disse...

belíssima escolha - o teu amor pela poesia revela-se (também) nestes pequenos/grandes gestos...

beijo

Elvira Carvalho disse...

Uma boa escolha, um poema muito bonito.
Um abraço e bom fim de semana

Manuel Pintor disse...

ancestrais os rumos
nas talhas de suas mãos

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

um boa escolha, a "nossa" Gracinha escreve muito bem e sabe escrever sobre esse tema que eu adoro, mar e barcos....

:)