domingo, junho 30, 2013

Pina

 "(...)
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer
Porque metade de mim é plateia
E a outra metade é canção.
(...)"

Metade, de Oswaldo Montenegro.


Recordando Pina Bausch, coreógrafa e dançarina, no dia do aniversário do seu desaparecimento (30 de Junho de 2009)


 


 (desligar a música de fundo, p.f. para ouvir o vídeo)

sexta-feira, junho 21, 2013

Ternura

Àquela hora o sono tomava conta de mim sem sonho que acordasse o próprio sono.
Porque não penso. Não quero pensar.
Deixo-me embalar pelo sono e lá permaneço imóvel porque já nada tenho a esperar.
A ternura não me assusta. Ou assusta, nem sei. Muitas vezes comove-me quando a sinto infinita e verdadeira, mas sim, assusto-me como pássaro ferido em que o mais leve ruído do vento o intimida e o faz levantar voo.
Não quero pensar.
Só quero estar.
Aqui, quieta, no meu canto.
Não deixar que nada me abale, me toque, destrua a minha alma.
E permanecer fiel a mim. Só a mim. E penso:
Não estás só. Nunca estarás. Tens o pó das estrelas e a música que acompanha a tua alma.
Ah... e as palavras que escreves e te libertam.




(desligar a música de fundo, p.f. para ouvir o vídeo)

quarta-feira, junho 12, 2013

Silence et Tendresse

É sempre com alegria que tenho conhecimento quando alguém partilha as minhas palavras. Mas essa alegria é redobrada quando os nossos poemas são traduzidos e disso nos dão conhecimento.
Agradeço a Nina Matos que seleccionou os poemas e Cécile Lombard que traduziu.

A minha sincera gratidão a ambas.

Ghislaine Segal


Entre nous
Il y a des mots
Dessinés sur
Le silence de la nuit.

Entre nous
Il y a des désirs
Et des caresses
Dans chaque mot
Qui n'est pas
Prononcé.

Entre nous
Il y a des murs de silences
Renversés
A chaque marée
Qui se devine.

Entre nous
Nous demeurons.

*
Entre nós
Há palavras
Desenhadas no
Silêncio da noite.

Entre nós
Há desejos
E carícias
Em cada palavra
Que se não
Pronuncia.

Entre nós
Há muros de silêncios
Derrubados
Em cada maré
Que se adivinha.

Entre nós
Permanecemos.

Otilia Martel

(Menina Marota)

traduction ©Cécile Lombard

quinta-feira, junho 06, 2013

Dádiva

Sandra Bierman 
Ao meu neto Luca
Gosto do teu olhar de leite.
Do sorriso rasgado que abre as portas do coração.
Dos sons que emites a dormir
quando sonhas com estrelas.

Gosto de te ter nos meus braços.
Afagar-te docemente e murmurar
tudo o que um dia vais descobrir por ti.

Gosto do teu cheiro suave e
do cabelo ralo que há-de crescer.

E quando não estou contigo
o pensamento voa e tu estás comigo
assim… aqui! .




(Escrito a 22 de Maio de 2013 dia em que perfez 3 meses de Vida.)

domingo, junho 02, 2013

Momento

Este é o momento que o vento
toca as marés e as gaivotas
mergulham nas ondas.
(excerto)


(Desligar p. f. a música de fundo para ouvir o vídeo. Obg.)