sexta-feira, abril 27, 2012

Flor de Letras

Imagem de Luiz Edmundo Alves

Docemente, alinho palavras
na entretecida canção de sal e água.

Por vezes, ao seu redor
esvoaçam picos, formas de pássaros,
coloridos alinhavos sob um fogo encantado

Olho-os na voz do silêncio desfolhado.

Se por vezes sinto em acalmia a brasa,
outras, estremeço pelo vazio
gritante que clama a inconsistência,
a lenta perdição da mente
pelo deserto de inconstância desperto
que da chama nada entende
nem da verdade

Quisera ser aroma em flor de letras e,
gota a gota, elaborar a palavra em falta
quando cada verso de dor e treva
transforma em dúctil manto
essa voz de pranto e mágoa

Às vezes, vibrante, penso
silenciar o remoinho do espaço
e sorrindo docemente espalho
no fogo, o sal, a água
da eterna estrada em cascata

Poema de
Fátima Fernandes (Amita) in "Transparência de Ser"

6 comentários:

Jaime A. disse...

Intimista e belo: quisera ser tanto e espalho tanto ...

Anónimo disse...

Lindo como é tudo o que aqui partilhas!!!


Abreijos da Sofia

Mar Arável disse...

Boa partilha

Bj

Amita disse...

Obrigada,Otília, pela divulgação e partilha de tudo o que, no fundo, somos: Uma "Flor de Letras" quando escrevemos e nas palavras deslizamos.
Um bjinho e uma flor
Amita

Menina Marota disse...

Minha querida Amita partilho as tuas palavras porque gosto do que escreves e porque gosto também de ti.
Um grande Abraço.

Anónimo disse...

Unѕ págіna ωeb é definitivamentе espeсíficamente νaliosa parа mim.
Eu ѕeu ѕіtе marcаԁo!
Feel free to visit my blog ; namoro on line