sábado, abril 03, 2010

Cântico do Homem





Junquem de flores o chão do velho mundo:
Vem o futuro aí!
Desejado por todos os poetas
E profetas
Da vida,
Deixou a sua ermida
E meteu-se a caminho.
Ninguém o viu ainda, mas é belo.
É o futuro...
Ponham pois rosmaninho
Em cada rua,
Em cada porta,
Em cada muro,
E tenham confiança nos milagres
Desse Messias que renova o tempo.
O passado passou.
O presente agoniza.
Cubram de flores a única verdade
Que se eterniza!

Miguel Torga, in Cântico do Homem



FELIZ PASCOA

10 comentários:

Anónimo disse...

Olá menina é sempre bom visitar-te por aqui, num espaço onde as letras e o bom gosto imperam.
Gostava que me visitasses também em devaneiosdeloucura.blogspot.com, o berço das minhas letras, beijo

Anónimo disse...

Boa Pascoa, MM.
É bom ver que ainda nos fazes companhia.
João

betencourt disse...

Excelente selecção, Menina Marotinha.
Torga sempre me disse muito!
"O passado passou
O presente agoniza"
...
O futuro está aí à porta

É bom renascer

Nesta Páscoa te desejo a melhor sorte do Mundo.
Vive Feliz Marotinha

Carlos Ferreira disse...

Belíssimo poema este.
Frequentemente procuro, também eu, enriquecer o meu blog com a poesia de Miguel Torga.
Parabéns à MM pela partilha.

Renovo aqui os meus votos de Feliz Páscoa.~

Carlos Ferreira

Graça Pires disse...

Sempre Miguel Torga para dizer o que também queremos dizer, faltando-nos para isso as palavras. Obrigada. Que esteja a ser uma Páscoa de Amor.
Um grande beijo MM.

Mar Arável disse...

A única verdade

não é absoluta

Bj

Romeu Dias disse...

Eu e Tu

Dois! Eu e Tu, num ser indispensável! Como
Brasa e carvão, centelha e lume, oceano e areia,
Aspiram a formar um todo, — em cada assomo
A nossa aspiração mais violenta se ateia...

Como a onda e o vento, a Lua e a noite, o orvalho
[e a selva
— O vento erguendo a vaga, o luar doirando a
[noite,
Ou o orvalho inundando as verduras da relva —
Cheio de ti, meu ser de eflúvios impregnou-te!

Como o lilás e a terra onde nasce e floresce,
O bosque e o vendaval desgrenhando o arvoredo,
O vinho e a sede, o vinho onde tudo se esquece,
— Nós dois, de amor enchendo a noite do degredo,

Como partes dum todo, em amplexos supremos
Fundindo os corações no ardor que nos inflama,
Para sempre um ao outro, Eu e Tu, pertencemos,
Como se eu fosse o lume e tu fosses a chama.....

bj, onde mais apreciares....

Carla Sacramento disse...

Cheguei aqui atravez de amigo de ambos e amei seu blog. A musica que está tocando é linda.
Amei tudo
Beijos em seu coração

Ana Tapadas disse...

Escolha magnífica!
bj

© Maria Manuel disse...

um poema de esperança.