terça-feira, novembro 24, 2009

Partilhando sensibilidades...


A maioria de quem me conhece ou me foi conhecendo no decorrer destes anos, quer no mundo real ou virtual, já percebeu a importância que é para mim a Amizade, porque não a considero uma palavra vã, bem como na partilha dos afectos que se vão gerando por estes meios. Há muito que a divulgação de tudo aquilo que me enche a alma é uma das minhas grandes prioridades não obstante os variados obstáculos que tenho encontrado pelo caminho.

Partilhar os momentos de disponibilidade, carinho e afecto que no decorrer destes últimos dias me foram prestados é, sem dúvida alguma, muito especial para mim.

Teresa Cunha é, sem dúvida, Gente com um G enorme. Uma mulher extraordinária, que assume de uma forma sui generis todos os seus sentimentos e motivos de Viver.



A sua obra “Por Tentativa e Erro” (que espero que tenha continuação) é um exemplo vivo da sua especial vivência e da forma como a sua alma de artista cresceu no meio de um Mundo que, muitas vezes, nem sequer lhe foi favorável.

“Por Tentativa e Erro” é o símbolo de uma visão feminina, num mundo do poder que se pensa masculino, de uma Mulher que tem orgulho de o ser e, não nega, de forma alguma, essa forma de estar.

Foi pois, na intimidade da residência desta força da natureza, rodeada de pinturas extraordinárias da sua autoria, que eu passei estes três últimos dias; a Amizade, solidariedade e força de viver, foram uma constante: não tenho palavras para descrever tudo o que me vai na alma ao lembrar, minuto a minuto, todos os acontecimentos da alegria que foram estes últimos dias.

Teresa Cunha e Lígia Moreno
(minha parceira de viagem de ida e volta Norte/Sul) proporcionaram-me um fim-de-semana prolongado dos mais fantásticos dos últimos tempos! Obrigada!

A Amizade não se agradece, diz-se muitas vezes…mas eu sou uma pessoa de afectos, para quem uma simples palavra, um gesto de ternura, tem cada vez maior significado. Por conseguinte, agradeço do fundo do coração a generosidade de todos os que partilharam comigo estes dias maravilhosos…

Obrigada, Teresa Cunha, Lígia Moreno e todos os que fizeram destes dias, momentos tão encantadores, diria mesmo… únicos, nestes últimos tempos, em que por tantas provações passei!

Um xi-coração no maior Abraço que te possa dar, Teresa Cunha e desculpa, se vou aqui partilhar algumas fotos destes dias…



E o descanso depois de um dia de emoções...

terça-feira, novembro 17, 2009

"Por tentativa e erro" - Convite

Capa do Livro - pintura de Teresa Cunha


Onde meu coração naufragar
Estarás tu,
De novo,

E um princípio,
E um fim,
Ainda,

E luz,
E treva,
Concordarão de repente,

Vida minha,
Tu és minha hora tranquila,
Meu paraíso,
Minha pena,

Tu és a minha casa,
O meu país,
És tu.

(*)Teresa Cunha



(*) Após longos anos no exercício de uma carreira profissional no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Teresa Cunha relata as muitas atribulações de uma Trabalhadora Humanitária na luta diária para cumprir os seus objectivos no decurso de uma década. A narrativa é factual e contribui para a desmistificação de algumas concepções erróneas sobre este trabalho e as heróicas criaturas que o cumprem.
Sendo a autora cidadã luso-canadiana, as experiências combinam não só duas culturas de base muito diferentes, nomeadamente a Europeia e a Norte-Americana, mas também todas as culturas que visitou no decorrer de vários anos de serviço enquanto Funcionária-Pública Internacional, sobretudo em África e nos Balcãs durante as mais recentes guerras.
Trata-se dum relato leve, humorístico e por vezes comovedor das experiências de vida de muita gente diversa, de muitas nacionalidades diferentes, e essencialmente focado sobre o chão comum que partilhamos enquanto cidadãos deste planeta.





Será com muita alegria que me deslocarei a Lisboa no próximo fim-de-semana para estar presente a este lançamento cuja apresentação está a cargo do Poeta Casimiro de Brito .
O evento realizar-se-á pelas 17 horas do dia 22 (domingo), no Bar-livraria “Les Enfants Terribles” do Cinema King, situado na Avenida Frei Miguel Contreiras, 52 A (junto à Av. de Roma).


Contamos consigo.

quinta-feira, novembro 12, 2009

Gineceu...





"…É outra vez sexta à noite. De novo a campainha. O nosso filho abraça-te. Tu ergues o olhar e olhas-me um breve instante. Eu fecho as cortinas. Tu ergues o olhar e olhas-me um breve instante. Eu fecho as cortinas. Não suporto esse olhar sem culpa. O carro afasta-se e eu fico só. Insuportavelmente só. Eu só te queria pedir que o não levasses. Para que eu não me sinta mais uma vez suspensa nessa solidão a que me condenaste. A minha dor tem contornos de capricho aos teus olhos. Enfado-te. Saturo-te. Odeio-te. És execrável. Um sacana de merda, que se fica a rir das minhas lágrimas. Mas não regozijes, que ainda não é hoje que me mato ou desapareço. Eu vou ficar cá. Sou a tua memória. O cheiro fétido que te lembra o passado que queres esquecer. Eu vou ficar aqui, à espera que sofras. Eu sou a prova do teu logro, da tua vida miserável. Essa dor não passa, nem vai passar. Esse é o pequeno consolo deste meu presente árido e desolado. Ergo-te a taça do meu despeito. Que ela te faça chafurdar na solidão e desespero como o teu me fez. É o brinde que faço a mim mesma."
Termina assim a história de Laura, uma das quinze mulheres que o livro Gineceu retrata.
No final do prefácio assinado por Andreia F. S. Varela lê-se: “… Gineceu treme, grita, chora e comemora numa só língua; faz-nos pensar que somos, todos, fragmentos de uma mesma criatura que vale a pena a qualquer hora: de manhã, à tarde, de noite… Esteja a solidão aqui, ou a bater à porta, do lado de fora.


(in, “Gineceu” de Cristina Nobre Soares, pág. 13 a 15)

domingo, novembro 08, 2009

Palavras partilhadas...

Pintura de Dawood Henry McGuire


É na palavra partilhada
alegre, sol no coração
que o poeta sente a brisa 
correndo lés a lés, 
movendo-se
em ditongos de oração.

Entre palavras voa uma gaivota
seduzida pela aragem
nascida das ondas
(brisa marinha com aroma a jasmim)
face a face com a lua 
que envergonhada
se esconde numa nuvem
e a deixa passar.

É na palavra partilhada
ousada
inebriante de anseios
que os enamorados
lado a lado
caminham entre sulcos de desejos
na demora de um tempo audacioso, 
que transmita o tumulto dos seus corações
bravios, sedentos, 
ardentes de mil afectos
e se unem 

no desejo incontido
corpo, pele, suor,
e mitiguem a sede abrasadora
dos seus lábios.

É a palavra
partilha de sentimentos
que se cruzam na vida
e no coração.


(Desligar, por favor, a música de fundo para ouvir o vídeo)