Pintura de Andrew Larsen
É um nada Amor que pode tudo,
É um não se entender o avisado,
É um querer ser livre e estar atado,
É um julgar o parvo por sisudo;
É um parar os golpes sem escudo,
É um cuidar que é e estar trocado,
É um viver alegre e enfadado,
É um não poder falar e não ser mudo;
É um engano claro e mui escuro,
É um não enxergar e estar vendo,
É um julgar por brando ao mais duro;
É um não querer dizer e estar dizendo,
É um no mor perigo estar seguro,
É, por fim, um não sei quê, que não entendo.
(Poema "Definição do Amor" de autor Anónimo do século XVII-XVIII-Portugal)
Poema constante de uma colectânea que nos vai oferecer um poema para cada dia do ano, em "Os dias do Amor", com recolha, selecção e organizaçãode Inês Ramos, com prefácio de Henrique Manuel Bento Fialho e que terá a sua próxima apresentação no El Corte Inglês de Vila Nova de Gaia e para o qual vos convido a estarem presentes, na próxima quinta-feira, 5 de Fevereiro, pelas 19,30
8 comentários:
Gosto imenso desta poesia. Beijos.
Desconhecia este poema mas parece ser de Camões ñ será?
Saudações do
J Da Costa
Também desconhecia mas tem muito de seiscentista... penso eu. E como é verdadeiro em cada verso.. tanto.
Bjs.
Foi uma boa ideia. És capaz de adivinhar se acabo o ciclo do humor ou qual vem a seguir? Aceito apostas. Prémio: um beijo na fronte. Tudo de bom.
e como amo o amore,,,
te adoro
Tito
Não vou estar mas desejo o maior êxito para esta colectânea.
Tudo em favor da poesia é bom e nunca demais.
O soneto, nitidamente de inspiração camoniana, é muito interessante.
Um abraço, Menina Marota.
... muito interessante poeticamente mas demasiado cinzento para o meu gosto que gosto de amores alegres e sorridentes.
Beijinho, sorrisos e um bom resto de semana.
Um poema em que as alternativas afinal, e felizmente, o não são.
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