terça-feira, fevereiro 03, 2009

O Amor em viagem... Vila Nova de Gaia (Porto)

Pintura de Andrew Larsen


É um nada Amor que pode tudo,
É um não se entender o avisado,
É um querer ser livre e estar atado,
É um julgar o parvo por sisudo;

É um parar os golpes sem escudo,
É um cuidar que é e estar trocado,
É um viver alegre e enfadado,
É um não poder falar e não ser mudo;

É um engano claro e mui escuro,
É um não enxergar e estar vendo,
É um julgar por brando ao mais duro;

É um não querer dizer e estar dizendo,
É um no mor perigo estar seguro,
É, por fim, um não sei quê, que não entendo.


(Poema "Definição do Amor" de autor Anónimo do século XVII-XVIII-Portugal)



Poema constante de uma colectânea que nos vai oferecer um poema para cada dia do ano, em "Os dias do Amor", com recolha, selecção e organizaçãode Inês Ramos, com prefácio de Henrique Manuel Bento Fialho e que terá a sua próxima apresentação no El Corte Inglês de Vila Nova de Gaia e para o qual vos convido a estarem presentes, na próxima quinta-feira, 5 de Fevereiro, pelas 19,30



Contamos com a vossa presença!

8 comentários:

Paula Raposo disse...

Gosto imenso desta poesia. Beijos.

Anónimo disse...

Desconhecia este poema mas parece ser de Camões ñ será?
Saudações do
J Da Costa

Mateso disse...

Também desconhecia mas tem muito de seiscentista... penso eu. E como é verdadeiro em cada verso.. tanto.
Bjs.

Anónimo disse...

Foi uma boa ideia. És capaz de adivinhar se acabo o ciclo do humor ou qual vem a seguir? Aceito apostas. Prémio: um beijo na fronte. Tudo de bom.

Anónimo disse...

e como amo o amore,,,
te adoro
Tito

Jorge P. Guedes disse...

Não vou estar mas desejo o maior êxito para esta colectânea.
Tudo em favor da poesia é bom e nunca demais.

O soneto, nitidamente de inspiração camoniana, é muito interessante.

Um abraço, Menina Marota.

Alberto Oliveira disse...

... muito interessante poeticamente mas demasiado cinzento para o meu gosto que gosto de amores alegres e sorridentes.

Beijinho, sorrisos e um bom resto de semana.

mfc disse...

Um poema em que as alternativas afinal, e felizmente, o não são.