quinta-feira, junho 21, 2007

Sou cobarde...

Imagem Google


Confesso: sou cobarde!

Quem me conhece ou conheceu o meu percurso pessoal e profissional, vai achar estranha esta minha afirmação. Mas é a pura verdade!

Porque desisti, do ideal político em que acreditava quando vi, que sozinha, nada conseguia e juntar-me aos que não professam das minhas convicções, era impensável.

Quem tem acompanhado este blogue ao longo dos seus dois anos de existência, já deve ter percebido que raramente me meto em assuntos políticos, não por achar que está tudo bem, exactamente o contrário, por achar estar tão mal, que não consigo calar a revolta que em mim sinto, mas acabo por calar-me, cobardemente!

Onde está a vergonha neste País?

Quando vejo acusados de corrupção e outras coisas mais, “passearem-se” em capas de revistas e telejornais, com o ar mais divertido e satisfeito do mundo, pergunto-me, onde anda a vergonha neste País?

Por educação que recebi dos meus progenitores, quando alguém era acusado de algo, deveria ser motivo de tristeza e a não ser que se provasse rapidamente a inocência, deveria pôr-se a recato até que essa inocência fosse provada, porque pior que o erro, é a vergonha de não termos vergonha alguma…

Sou cobarde sim, porque me calo quando vejo diariamente as injustiças que se praticam neste País, quando vejo cada vez mais, as pessoas serem despojadas daquilo porque trabalharam anos e anos, o seu direito ao trabalho e à vida digna porque lutaram ao longo dos anos.

Como poderei olhar nos olhos de todos os portugueses, que acabaram de receber uma carta a dizerem-lhes que eles não eram mais necessários no trabalho, que foi durante anos, a sua vida?

Como posso olhar nos olhos dos meus filhos e dizer-lhe que é muito feio e de mau carácter mentirem, não se responsabilizando pelas suas mentiras, se o Primeiro-Ministro de Portugal mentiu e não teve a hombridade de admitir essa mentira e dela pedir desculpas publicamente?

Pelos factos já provados e largamente difundidos, é do conhecimento geral, que a licenciatura do visado, não foi obtida do modo convencional e exigida a toda a gente. Não é isso que agora está em causa (essa é uma matéria, que daria pano para mangas…) mas sim, a forma como foi recusada e negada essa mesma obtenção.

Na passada terça-feira na TVI, ouvi Miguel Sousa Tavares dizer que tinha vergonha de (perante determinada situação) ser Português.

Não! Não deveria ser ele a ter vergonha. Vergonha deveriam ter aqueles que, conseguem provocar situações que permitam tais sentimentos.
Não tenho vergonha de ser Portuguesa. Tenho vergonha sim, de tudo o que se passa de vergonhoso neste País, tenho vergonha que um Primeiro-Ministro (a serem verdadeiras as notícias) leve a Tribunal quem queira saber a verdade e tenha denunciado as mentiras…


Tenho vergonha que possam acontecer no nosso País factos como este…

Carlos Rodrigues Lima no Expresso Online revelou que "José Sócrates apresentou uma queixa-crime contra o blogger António Balbino Caldeira devido ao conjunto de textos que este professor de Alcobaça escreveu sobre a sua licenciatura em Engenharia Civil na Universidade Independente (UnI), apurou o Expresso junto de fonte próxima do processo."
É tempo de dizer BASTA e exigir que os nossos Governantes sejam os primeiros a terem VERGONHA do que estão a fazer a este País.

62 comentários:

Anónimo disse...

Conhece no globo inteiro algum lugar onde não exista o despotismo, a corrupção, a maledicência, a mentira, a prostituição, os maus tratos, a fome, a miséria mais profunda, a doença não tratada, a analfabetismo permitido, as guerras, as religiões que se gladiam?
A organização das sociedades é uma farsa.
As revoluções socialistas falharam sem terem atingido o verdadeiro socialismo.
O capitalismo instala-se e comanda o poder político aos olhos de todos nós.
Revolte-se, claro! Mas viva o dia de hoje.
Amanhã não sabemos se temos ar para respirar e fazer poesia.
lp

António Balbino Caldeira disse...

Muito grato pela sua solidariedade e apoio.

Anónimo disse...

Achas-te cobarde? Que direi então de mim, que concordo completamente com o que dizes mas receio represálias e entro anónima para te comentar?

Só te posso dizer k para além de não seres cobarde és uma GRANDE MULHER ao teres a coragem suficiente para escreveres abertamente e em liberdade plena o que agora disseste.
Bjinhos da G.L.

Unknown disse...

.

Olá Menina Marota,

É, chega-se a um ponto em que a tampa... SALTA!!
Também me começo a sentir assim. Com vontade de ir para a rua insultar o Poder, que não me dá razões para o respeitar.

Adorei o teu texto. Quanto a "ser cobarde" por ter desistido dum ideal... não acredito. Não terá acontecido o contrário e foi o 'ideal' que desistiu de ti quando descobriu que estavas para lá dele, muito para lá, e já não lhe pertencias?

Fica um poema do qual existem várias versões, mas do que a memória me diz esta parece ser a que está mais próxima do original (se bem que todas reclamam sê-lo... :) ):


PRIMEIRO LEVARAM OS COMUNISTAS,
MAS EU NÃO ME IMPORTEI
PORQUE NÃO ERA NADA COMIGO.

EM SEGUIDA LEVARAM ALGUNS OPERÁRIOS,
MAS A MIM NÃO ME AFECTOU
PORQUE NÃO SOU OPERÁRIO.

DEPOIS PRENDERAM OS SINDICALISTAS,
MAS EU NÃO ME INCOMODEI
PORQUE NUNCA FUI SINDICALISTA.

LOGO A SEGUIR CHEGOU A VEZ
DE ALGUNS PADRES, MAS COMO NÃO SOU RELIGIOSO, TAMBÉM NÃO LIGUEI.

AGORA LEVARAM-ME A MIM
E QUANDO PERCEBI,
JÁ ERA TARDE.

Bertolt Brecht (1898-1956)


Temos que agir a tempo porque amanhã pode ser tarde.

Acredito que "Guardado está o pedaço..."

Ai, ia-me esquecendo do habitual post scriptum.

Post scriptum: O SÔR SOUSA É ALDRABÃO, VIGARISTA E MENTIROSO !

Bjs

.

Anónimo disse...

Olá Menina Marota,

É a primeira vez que comento no seu Blog, embora o venha acompanhando.

Parabéns, gosto muito da forma como aborda os temas que expõe.

Concordo com os comentários anteriores, e gostaria de reforçar que, contraria a afirmação que faz sobre si, através do que escreveu.

Também me revolto com os actos paralelos para travar ou desviar a atenção ou calar a opinião pública.

Tento também manifestar a minha revolta relativamente a muitos acontecimentos, através de um blog muito recente, que espero com o tempo, usando uma escrita leve e com humor, fazer chegar aos leitores dos Blogs.
(tretas-da-vida.blogs.sapo.pt)

Cumprimentos.

Tretoso-Mor

Paula Raposo disse...

Concordo inteiramente com todo o teu texto. Assino por baixo. Beijos.

wind disse...

Concordo, também denunciei esse caso do nosso colega blogger no meu blog. É uma vergonha!
Beijos

jorge esteves disse...

Sempre acreditei, como o Borges, que a Democracia é um curioso abuso da Estatística. E estou perfeitamente à vontade para o dizer! Mas, não havendo melhor, vou a jogo. E, minha amiga, o jogo faz-se, apenas, de duas formas: ou na rua ou nas urnas.
Na rua, trinta e três anos volvidos, ficou um verso quebrado, a rimar com cravo; nas urnas, aí, para já, é que a porca torce o rabo: o povão cada vez é mais quinto-mundista? é! o gajo é um aldrabãozeco? é! a Justiça, além de corrupta é injusta? é! E depois?
É ou não verdade que a súcia do dito tem uma intenção de voto que lhe volta a dar a maioria! Então?!
Portugueses e masoquistas?!...
Não se amofine, amiga! Um dia alguém fará uma (pequena) OPA a isto...
Abraços!

EU.CÁ.VOO.CAMINHANDO disse...

Menina Marota:


Afinal neste País, nem todos andam "mortos". Ás vezes, é necessário aparecerem "meia-dúzia" de "casos" gritantes de muita injustiça, despotismo, excesso de autoritarismo (para usar um termo levíssimo), corrupção descarada,N abusos de poder,etecetera, etecetera, para alguns "acordarem", pelo menos para exprimirem as suas legítimas indignações.
Mas.
Bastará só isto? (pergunto-me!)
Quem nos impede de VIVER UMA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA e Transparente, REALMENTE?

bjis

Anónimo disse...

Ainda bem que há alguém que tem a CORAGEM de ser cobarde como tu dizes que és.

Porque calar a verdade acerca dos interesses estabelecidos, e “assobiar para o lado”, por fanatismo, conveniência ou miopia, isso sim, é que é ser COBARDE.

Prolongadas palmas, de pé, de aplauso para as tuas palavras.

C. :)

Anónimo disse...

...em primeiro lugar um beijinho para ti
...em segundo lugar, não tenhas vergonha porque TODOS somos COVARDES... uns de uma maneira outros de outra
...ao longo destes 33 anos de Democracia (que democracia?...) fomo-nos habituando ao "deixa pra lá"... ao "deixa andar"... ao ouvir e ver as notícias e a sentir que tudo aquilo asqueroso era com os outros e nada com nós mesmos
...e o tempo foi passando
...e hoje, a MENTIRA e todos os restantes adjectivos grassam e crescem neste meu (nosso) País
...não tenho pena nem vergonha de ser Português: tenho pena de não ter o PODER de endireitar tudo o que me revolta
...tenho pena de não ter o PODER para abanar os ombros desses alguns e mergulhar a cabeça deles no mar da VERDADE e fazê-los afogar de vergonha
...mas fico-me, covardemente, a roer a mágoa cá por dentro, a querer gritar e a abafar o meu grito
...e dói-me ver o POVO adormecido
...dói mesmo
...mas
...resta sempre a esperança que, um dia, nasça a a verdadeira madrugada de um 25 de Abril dentro da alma de cada um de nós

Maria Clarinda disse...

Concordo a milhentos % com o teu texto...gostaria de te dizer tanta coisa, mas....neste momento só te posso dizer que se tu és cobarde...eu sou a pior de todos.
Deixei-me calar há muito!
Jinhos mil

H. Sousa disse...

E pimba! Se restar uma pinga de vergonha a esse S., só tem um caminho a tomar: rua! Viva a Menina Marota! Não nos acobardemos, senão depois será tarde. Volto logo, estou de partida para o trabalho.
Beijos

Jorge Castro (OrCa) disse...

Cobarde, porquê?... Cobarde é o que cala e consente. Mais cobarde é o apaniguado do poder corrupto e estranho aos (des)governados que vive e manobra à sombra desse poder, a quem ele serve, para dele se servir.

Tu falas e vives e respiras. Por vezes esse conjunto de atitudes, parecendo tão comesinhas, sobram e transbordam para provocar a incomodidade daqueles que contam com o silêncio dos complacentes (e dos oportunistas) para singrarem.

Fala, pois, e vive e respira. Eu tentarei estar sempre ao teu lado.

Beijos.

Setora disse...

Do peripatético não há muito mais a dizer. Estas actuações falam por ele.

O terreno vai ficando minado e há que defender as liberdades, entre elas a de expressão.

E é impossível sentirmo-nos livres quando aqui ao lado o António B. Caldeira é perseguido.

PS. Ainda bem que cá vim e pude daqui partir para o Rui Diniz que há tantos anos conheci.

José Pires F. disse...

Pois é…lá tiveste de abrir a “goela” e lançar a raiva na estrada.

Como não concordar contigo? Também não tenho vergonha de ser português, tenho, como tu, é vergonha de muitos portugueses.

Abraço.

José Pires F. disse...

Voltei só para te contar esta:

Sabes como se chamam os actuais apoiantes do José Sócrates?

Sócretinos.

A.S. disse...

Não! Eu conheço-te!... Tu não és cobarde!!!
Sentes exactamente como eu sinto que a ofensa que nos fazem é tanto maior quanto mais responsável é quem a pratica! Sentes que a palavra vergonha que para nós é aviltante, para outros é uma palavra sem expressão monetária! Sentes, como eu sinto, que se estão perdendo os valores que os nossos pais nos ensinaram e que hoje vivemos numa autêntica selva onde todos os dias se violam regras e procedimentos, se trafica influência, se corrompe a dignidade!!! Não... Tu não és cobarde! Eu conheço-te! E por te conhecer te digo que sabes tão bem quanto eu que enquanto for o dinheiro a comandar o mundo, continuarão a morrer milhões de crianças, esquecidas na voracidade de uma sociedade onde aos poucos se vão apagando as palavras Liberdade... Fraternidade... Igualdade!...

São esses os verdadeiros cobardes!
Nós somos apenas mais duas vozes que se vão juntando a tantas outras que um dia se farão ouvie e serão escutadas! Nunca será terde demais! Mas tu não és cobarde! Tens a coragem de lutar por um mundo melhor para os nossos filhos... acredita que muitos seguirão o teu exemplo!

Deixa que te abrace!!!!!

Anónimo disse...

copy and paste from ablasfemia.blogspot via CM
...
«Os índices de desenvolvimento do Norte estão em queda. O panorama sócio-económico da região é preocupante. O aeroporto Sá Carneiro está diminuído graças à estratégia centralista da ‘negociOta’. Em todas as dimensões, o Porto perde importância de dia para dia.
Entretanto, surgem sinais de inconformismo: o reitor da Universidade do Porto reage contra a falta de influência da região; Rui Moreira desvenda o arranjo Governo/CIP e patrocina um estudo sobre o novo aeroporto; Paulo Morais revela as ligações perversas entre Urbanismo e partidos.
Rui Rio nada diz. Está na apatia de quem não se interessa. Viu Mário Lino colonizar a Metro do Porto e gostou. A ‘recuperação da Baixa’ é uma gargalhada. A sua Câmara não existe, a sua Junta ninguém dá por ela. Este é, também, o preço que temos de pagar quando está no Porto alguém que já só pensa em Lisboa.»

Peter disse...

De há muito:

"Onde está a vergonha neste país?"

Sim, onde está?

Anónimo disse...

...Os Blogues também servem para isto!

Porque estamos num Estado de Direito, em democracia, gozamos de plena liberdade... e aqui está o busílis da questão

"por vezes não nos conseguimos calar"

Sem beliscar a razão da tua revolta, quando puderes, volta com a Poesia... porque é como Poeta que te identifico.

Fiquei muito feliz por teres regressado.

Que Deus te abençõe

Paulo disse...

«Sei por mim próprio que os exilados se alimentam de esperança» (Ésquilo)

Bom fim de semana

Paulo

aminhapele disse...

Isso não é cobardia,companheira.
É estarmos fartos de aturar tanta arrogância da parte de quem se devia dar ao respeito.
A minha postagem ENGENHEIRO no TIROMANTE lhe dirá que o seu pensamento é partilhado por muitos mais.
Por mais processos que chovam!

Anónimo disse...

Hello

Gostei do teu blog, gostei de te ler.
Bom fim de semana
beijos mil
Whispers

Fátima Santos disse...

antes de ler seja o que for, o blogue que refers e os comentários, quero dizer-te que ao abrir o blogue vinha propor-te que me fosses ler apenas numa de diversão, mas julgo que não vou sair daqui sem um acrescento:
Mulher, sabes que estou tão cobarde como tu no dizer de frente a merda que por aqui vai. Mas para que serve expor o meu corpinho já cansado, exangue quase e aminha mente que desejo se mantenha lúcida por mais uns longos anos, tantos quantos o corpo se aqui andar. Sim, para que vou andar a derramamar panfletos em ruas onde não andam gentes que se enfiam em hipergigantes ou em casa frente aos televisores: afinal já andei ao sol e à chuva muitos anos e a coisa ficou para pior ou pelo menos não mudou que se visse e depois eu quero lá saber dos corruptos e dos meleantes e das licenciaturas do Sócrates e da Ministra da Cultura ou do ensino ametro ou da Universidade dependente na nova reestruturação ou da justiça vendida, comprada, desfeita, mal parada?! mas que tenho eu aver com isso, dizes-me?! a merda está espalhada ao menos deixa que tape o meu nariz com uma mola! MENTIRAS o que te digo e muita raiva, minha linda! tudo MENTIRAS que de tanto as ouvir a gente MENTE tão completamente que se não se cuida um dia destes ainda se convence. Pois te digo mulher que estou contigo inteira e VIVA, mas cuido que não me desgaste a raiva contra eles como veneno. Um grande, grande beijo e...vai lá ler-me, verás que verm mais ou menos a prpósito.

G disse...

Este país está numa situação que mete pena, vergonha.
E o seu post mostra bem o sentimento (geral?) que paira por aqui...
Gostei muito do seu blog. Voltarei mais vezes com certeza!
Até já o adicionei ao meu Blogroll!
Obrigado pela visita lá no meu. Volte sempre!
Abraço!

Anónimo disse...

Uma das capacidades que te reconheço é a tua lealdade e acima de tudo coragem; quem te acompanha como eu desde o ínicio de todos os teus blogues e de outras paragens, sabe-o e a prova está aqui e noutros locais onde dizes frontalmente aquilo que pensas de uma forma serena mas firme.
Parabéns, não só pelo texto, mas pela CORAGEM!
Cpmtos do
JN

Unknown disse...

Magnifico post.
Apenas me entristece o facto de ser realidade aquilo que nele escreve.
Rui V.

H. Sousa disse...

Querida amiga, já por cá tenho passado várias vezes, depois deste post. Eu também não me queria emiscuir na política, mas a pouca-vergonha é demais. Creio que o povo se esqueceu que democracia não significa estarmos livres de "tios" que podem vestir a capa de democratas e serem os mais refinados "sacanas".
Ninguém pode ficar indiferente, isto é mesmo um desaforo.
Beijos

LUA DE LOBOS disse...

tão cobarde como tu :) ah Ganda MULHER!!!!
que a Voz não te doa nunca!!!
xi
maria de são pedro

pb disse...

Todos somos cobardes porque nos calamos, encolhemos os ombros e seguimos em frente, de facto, em 33 anos de "democracia" vê-se a impunidade com que alguns ( quase todos ) "ilustres " da nossa praça se pavoneiam pondo e dispondo deste País a seu bel prazer, esbanjando os nossos poucos recursos, gozando com a nossa cara... bjs

Kalinka disse...

Olá Menina Marota
aqui fala-se de cobardia, de política...mas eu fujo de temas políticos, enojam-me.

Lá pelo kalinka,
as viagens continuam,
os lugares vão desfilando,
como se uma passerelle fosse,
na memória dos meus sentidos.

Mais um lugar belo e histórico visitei. Desde Março deste ano que tenho aproveitado nas minhas mini-férias para visitar o nosso Portugal profundo e, ao mesmo tempo, algumas das 21 Maravilhas de Portugal. Em Março, no Algarve, estive na «Fortaleza de Sagres» e, em Maio no Alentejo, visitei as «Fortificações de Monsaraz», O «Templo Romano de Évora» e também o «Paço Ducal de Vila Viçosa».

Beijitos.
Bom domingo.

O Aprendiz de Jurista disse...

Desculpe não concordar consigo.
As suas palavras reflectem, o sentir dos cidadãos, conscientes e preocupados, com as gerações futuras. Exortam à reflexão e não ao egoísmo próprio dos acomodados (leia-se: parasitas) do sistema.
O seu escrito, no contexto actual, é um extraordinário acto de coragem.
Bem-haja.

Luis Eme disse...

Segundo o teu ponto de vista, somos todos cobardes...

E somos, senão não aturávamos o que aturamos destes ministros incompetentes e dos caciques que governam as cidades onde vivemos...

Amita disse...

Uno a minha à tua voz. É tempo de dizer basta perante tantas atrocidades diária e levianamente (assim o entendo) cometidas e decretadas contra o nosso povo após tantas promessas eleitorais. Não fazendo parte "desses poucos eleitos"(?) pelo sistema, sofro calada por aqueles que mais precisam e que já sentem as suas vidas sem futuro (também me incluo na tua designação de cobarde).
Um excelente texto, MM, e que mais vozes se levantem.
Um bjo e um lindo dia.

Santa disse...

Um post vigoroso de extrema humanidade. Parabéns!
Um beijo aqui do Brasil.



PS:Fiz uma homenagem as meninas que visitam o blog da Santa...

Tozé Franco disse...

Gostei da coragem evidenciada por quem escreveu este post.
Não nos podemos calr.
Sempre me ensinaram que "quanto mais nos baixamos mais se nos vê o rabo".
Um abraço.

Anónimo disse...

grande post! Tu sabes, já te escrevi nesse dia....e concordo com as palavras de «o Aprendiz de Jurista»...são parecidas às que te disse ;-)


Valente!

Beijinho Grande*********

Magno disse...

A chamda democracia inocente, justa e plural é uma mera fantasia.
Ninguém pode opiniar que o poder instalado logo ameaça com um processo por difamação.
Ainda alguém se lembra do tempo em que Cavaco Silva mandava as policias carregarem nas manifestações no principio dos anos 90?
Ou Mário Soares que acusava de processar quem lhe disse se que ele tinha sido pouco patriota no seu passado de opositor ao salazarismo?
Tem de se ter muito cuidado com o que se diz a respeito dos politicos pois eles controlam tudo e todos!
Devemos nós cidadãos Portugueses mostrar a nossa força em combater as reais injustiças que nos fazem desgostar de ser portugueses!

Wagner Romanha disse...

Olá "Menina"!
Foi com alegria que te recebi em meu blog.
Não te sintas covarde, mas uma guerreira.
Não é porque não temos a condição de mudar(isoladamente) as coisas, que não somos corajosos.
Já por denunciar os erros do poder, demonstras tua fibra.
Aqui no Brasil vivemos realidade semelhante.
Só demontrando nossa insatisfação é que contribuiremos para as mudanças tão necessárias.
Beijos!

José Gomes da Silva disse...

Só para te dizer que voltei ao Furão e que nunca deixarei de visitar este teu espaço, de que tanto gosto

Beijos

sonhadora disse...

Nunca deixes de acreditar num mundo mais justo. Luta para que um dia deixe de ser apenas sonho.
Beijinhos embrulhados em abraços

Kalinka disse...

Olá Menina-Marota

A tua sensibilidade merece ser premiada, além de todas as outras tuas qualidades.

Trago uma notícia para ti:
Nomeio-te como uma das 7 maravilhas da blogosfera.
Se puderes passa por lá para ver.

Beijinhos.
Boa semana para ti.

João Cordeiro disse...

Obrigado por teres gostado do meu espaço... volta sempre.

Beijo sonhador

Al Cardoso disse...

"...Pior que o erro, e vergonhonha de nao termos vergonha nenhuma..."!!!

Aplaudido de pe!!!

Um abraco beirao.

Ana disse...

Quem me dera saber escrever como tu, para dizer da revolta que sinto.
Cobardes são os que se calam. Parabéns por elevares a tua voz.

António Melenas disse...

Minha Amiga,
É este o sistema universal em que estamos inseridos. Enquab«'nto o não mudarmos é disto que teremos. Mas isso não quer dizer que caso a caso não mostremos a nossa indignação, não protestemos, não exijamos que as coisas se passem de outra maneira.
Desculpa ter negligenciado as minhas visitas mas não ando com grande disposição para viajar na blogosfera. Só ee vez em quando.
Beijo

sofialisboa disse...

valente mulher és tu, isso já nós sabemos e bem! se precisares de ajuda apita
sofialisboa

Anónimo disse...

Nem me vou preocupar a ler os comments anteriores. Pela certeza que só te podem apoiar e dizer-te que és uma MULHER DE CORAGEM e não esperaria outra coisa de ti!
Um abraço solidário e alguma coisa diz!
Bjis do aaron

Anónimo disse...

Ter vergonha não valida nem ajuda quem é vitima de uma sociedade alienada com governos e governantes, repetidamente alienados, que alienam também, todas as massas acéfalas que se distribuem abaixo deles. O que é necessário é acordar dessa alienação e dizer BASTA, NÂO, e agir em conformidade. Sabes a história do Beija-flor? ... se cada um fizer a sua parte o fogo da floresta seria apagado. A nossa vergonha e não humanidade, é a voz do silêncio, da indiferença de nada fazer, nem pelos outros, nem por nós. Acredito na acção de cada ser e, só a partir dessa base, se pode, de facto, partir para a construção de um mundo verdadeiramente humano e digno. Obrigado por te levantares e, se decidires ser participante de uma cidadania que urge é, em rede, em cooperação que também ela pode acontecer. Tudo de bem,

José Gomes disse...

Minha amiga,
Desta vez tenho mesmo que te dizer alguma coisa. Primeiro, se tivesse chapéu, tirava-o com todo o respeito, só por teres admitido seres "covarde" (e quem o não é nestes santos tempos que estão a correr?!!!). O teu texto, MM, subscrevo-o inteiramente. A tua "covardia(?)" está transformada em coragem! E só uma Mulher corajosa como tu pode denunciar esta "democracia" que nos está a enganar há tantos anos... Um grande beijo para ti, Mulher coragem, Mulher lutadora! E nada de desânimos, muito menos agora!!!
José Gomes

Eduardo Graça disse...

OBRIGADA. VOU RETRIBUIR O LINK E PASSAR A SER LEITOR ATENTO. UM ABRAÇO DO EDUARDO GRAÇA

essência disse...

não apaguem a memória...

Era uma vez um Girassol disse...

Minha querida Marota, tiro-te o chapéu por este texto!
Finalmente começamos a perceber o que estão a fazer às pessoas...porque para os políticos as pessoas não contam.
Tens todo o direito de te revoltares, como eu faço todos os dias quando acordo e oiço mais uma má notícia oriunda do governo.
Beijinhos

José M. Barbosa disse...

Brilhante !!!

Sempre evitou questões políticas (politiqueiras ?) mas nunca nos defraudou quanto ao seu Grande carácter e personalidade. Bem haja.

Un fuerte abrazo.
Z.

Anónimo disse...

Cara amiga,
cobardes não creio que sejamos .Somos sim uma maioria muito silenciosa e que leva demasiado tempo a reagir tal é o espanto com que assistimos ao que se passa.
Seja como for a sua revolta ficou aqui para todos lerem.A minha foto de hoje foi tb motivada pela mesma sensação de revolta.A sua mensagem é mais clara.Bem-aja
annie hall do outsider

Anónimo disse...

Os politicos estão corrompendo o planeta. O Brasil está igual. Em pé de guerra.
Dani

Zénite disse...

É por saber da existência de Portuguesas e Portugueses como tu, gentil Cidadã, que me honro de ser Português.
Lamento colocar aqui um texto tão extenso, da autoria do Dr. António Barreto, mas não resisto:



OPA SOBRE O PAÍS

Por Dr. António Barreto (*)

"É a tentativa visível e crescente de o Governo tomar conta, orientar e vigiar. Quer saber tudo sobre todos. Quer controlar.


Não. Não se trata do lançamento de mais uma OPA sobre empresa ou clube desportivo. É, simplesmente, a tentativa visível e crescente de o Governo tomar conta, orientar e vigiar. Quer saber tudo sobre todos. Quer controlar.

Quando o Governo de Sócrates iniciou as suas funções, percebeu-se imediatamente que a afirmação da autoridade política era uma preocupação prioritária. Depois de anos de hesitação, de adiamentos e de muita demagogia, o novo primeiro-ministro parecia disposto a mudar os hábitos locais. Devo dizer que a intenção não era desagradável. Merecia consideração. A democracia portuguesa necessita de autoridade, sem a qual está condenada. Lentamente, o esforço foi ganhando contornos. Mas, gradualmente também, foi-se percebendo que essa afirmação de autoridade recorria a métodos que muito deixavam a desejar. Sócrates irrita-se facilmente, não gosta de ser contrariado. Ninguém gosta, pois claro, mas há quem não se importe e ache mesmo que seja inevitável. O primeiro-ministro importa-se e pensa que tal pode ser evitado. Quanto mais não seja colocando as pessoas em situação de fragilidade, de receio ou de ameaça.

Vale a pena recordar, sumariamente, alguns dos instrumentos utilizados. A lei das chefias da Administração Pública, ditas de "confiança política" e cujos mandatos cessam com novas eleições, foi um gesto fundador. O bilhete de identidade "quase único" foi um sinal revelador. O Governo queria construir, paulatinamente, os mecanismos de controlo e informação. E quis significar à opinião que, nesse propósito, não brincava. A criação de um órgão de coordenação de todas as polícias parecia ser uma medida meramente técnica, mas percebeu-se que não era só isso. A colocação de tal organismo sob a tutela directa do primeiro-ministro veio esclarecer dúvidas. A revisão e reforma do estatuto do jornalista e da Entidade Reguladora para a Comunicação confirmaram um espírito. A exposição pública dos nomes de alguns devedores fiscais inscrevia-se nesta linha de conduta. Os apelos à delação de funcionários ultrapassaram as fronteiras da decência. O processo disciplinar instaurado contra um professor que terá "desabafado" ou "insultado" o primeiro-ministro mostrou intranquilidade e crispação, o que não é particularmente grave, mas é sobretudo um aviso e, talvez, o primeiro de uma série cujo âmbito se desconhece ainda. A criação, anunciada esta semana, de um ficheiro dos funcionários públicos com cruzamento de todas as informações relativas a esses cidadãos, incluindo pormenores da vida privada dos próprios e dos seus filhos, agrava e concretiza um plano inadmissível de ingerência do Estado na vida dos cidadãos. Finalmente, o processo que Sócrates intentou agora contra um "bloguista" que, há anos, iniciou o episódio dos "diplomas" universitários do primeiro-ministro é mais um passo numa construção que ainda não tem nome.

Não se trata de imperícia. Se fosse, já o rumo teria sido corrigido. Não são ventos de loucura. Se fossem, teriam sido como tal denunciados. Nem são caprichos. É uma intenção, é uma estratégia, é um plano minuciosamente preparado e meticulosamente posto em prática. Passo a passo. Com ordem de prioridades. Primeiro os instrumentos, depois as leis, a seguir as medidas práticas, finalmente os gestos. E toda a vida pública será abrangida. Não serão apenas a liberdade individual, os direitos e garantias dos cidadãos ou a liberdade de expressão que são atingidos. Serão também as políticas de toda a espécie, as financeiras e as de investimento, como as da saúde, da educação, administrativas e todas as outras. O que se passou com a Ota é bem significativo. Só o Presidente da República e as sondagens de opinião puseram termo, provisoriamente, note-se, a uma teimosia que se transformara numa pura irracionalidade. No país, já nem se discutem os méritos da questão em termos técnicos, sociais e económicos. O mesmo está em vias de acontecer com o TGV. E não se pense que o Governo não sabe explicar ou que mostra deficiências na sua política de comunicação. Não. O Governo, pelo contrário, sabe muito bem comunicar. Sabe falar com quem o ouve, gosta de informar quem o acata. Aprecia a companhia dos seus seguidores, do banqueiro de Estado e dos patrícios das empresas participadas. Só explica o que quer. Não explica o que não quer. E só informa sobre o que lhe convém, quando convém.

É verdade que o clima se agravou com o tempo. Nem tudo estava assim há dois anos. A aura de determinação cobria as deficiências de temperamento e as intenções de carácter. Mas dois conjuntos de factos precipitaram tudo. O caso dos diplomas e da Universidade Independente, a exibir uma extraordinária falta de maturidade. E o novo aeroporto de Lisboa, cujo atamancado processo de decisão e de informação deixou perplexo meio país. A posição angélica e imperial do primeiro-ministro determinado e firme abriu brechas. Seguiu-se o desassossego, para o qual temos agora uma moratória, não precisamente a concedida aos estudos do aeroporto, mas a indispensável ao exercício da presidência da União Europeia.

De qualquer modo, nada, nem sequer este plano de tutela dos direitos e da informação, justifica que quase todos os jornais, de referência ou não, dêem a notícia de que "o professor de Sócrates" foi pronunciado ou arguido ou acusado de corrupção ou do que quer que seja. Em título, em manchete ou em primeira página, foi esta a regra seguida pela maior parte da imprensa! Quando as redacções dos jornais não resistem à demagogia velhaca e sensacionalista, quase dão razão a quem pretende colocá-las sob tutela..."
(*) Sociólogo e ex-Ministro da Agricultura do Partido Socialista

In Público, 22JUN2007


Abraço, amiga.

desculpeqqc disse...

Obrigado por este post.
Também eu caio frequentemente em tentação de afirmar que tenho vergonha de ser português, quando de facto aquilo que sinto é vergonha destes políticos que só fazem asneiras (digo isto para manter o discurso educado).

Pepe Luigi disse...

Cara Amiga,
Li com imensa atenção este seu texto, sobre um assunto amplamente escrito e falado, mas não tanto na blogoesfera como seria de esperar.
Falar de política é uma coisa. Mostrar bem alto e com dignidade as nosssas convicções (o bem / o mal - a verdade / a mentira) é outra. E isso dou-lhe os meus parabéns pela forma como o fez aqui.
Portanto "Confesso: sou cobarde" não é a Menina Marota que é cobarde por falar num sentimento, mas sim o nosso "primeiro" ministro e séquito por abafar uma mentira.
Tenho orgulho de ser português, mas tristeza de viver num país governado por um cobarde.

Um beijinho
do Pepe.

Anónimo disse...

São muitos e variados os casos de vergonha,, vejamos se este que aqui deixo tem solução, excepto ficar indignada profundamente :
http://naquela.horabsurda.com/
Beijos
Ashera

Anónimo disse...

Menina Marota e Corajosa...
Linda Menina!!!