segunda-feira, março 13, 2006

Hoje de manhã...



Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...

Não sabia por caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.

Assim tem sido sempre a minha vida, e
assim quero que possa ser sempre —
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.


Alberto Caeiro in "Hoje de Manhã"

32 comentários:

lena disse...

menina doce e linda, Alberto Caeiro é o que heterónimo de Pessoa que mais gosto e lembrei-me do guardador de rebanhos que te deixo um cheirinho:

Nem Sempre Sou Igual

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,

Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés —
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...

Alberto Caeiro
O Guardador de Rebanhos


e fica com um beijo meu querida menina

lena

Manuel Palhares disse...

Pois eu vim ver, "enviado" de outro sítio, e gostei muito do que vi.
Voltarei.
Um beijinho,

Manel

SV disse...

quisera eu ter meus heronômios e viver heterovidas. Viver e nascer todo dia de forma diferente para cada olhar.
quisera eu poder voltar nas curvas, reviver instantes de formas diferentes.
quisera eu ser muitos, não porque não goste do que vivo, mas para saborear todos os doces, ácidos, amargos paladares que a vida me oferece.

lique disse...

Alberto Caeiro, a simplicidade do que é complexo. Nunca me canso de reler.
Beijinhos

Anónimo disse...

Amiga,
Que liiiindo...colibri não é?

Um Abraço e um maior beijinho
da que está de volta na Net ;-)

SilenceBox disse...

Querida menina-marota,
Uma bela fotografia a acompanhar o poema igualmente belo. Até tive a sensação de estar a escutar o vento devido ao bater das asas daquele passarinho e ao vento das palavras deste poema! Adorei.

Agora, tenho uma coisa para te passar, a corrente das cinco manias... certamente, já deves saber de que se trata...

[Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que o diferenciem do comum dos mortais. E, além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue.]

Um abraço muito carinhoso e cheio de admiração!!

eli disse...

belíssimo momento me proporcionaste!

meu beijo grato - excelente semana

paper life disse...

:)

Bjs

Ana disse...

Poesia, adoro.
Pessoa, sempre especial.
Um beijinho.

Anónimo disse...

Deste poema, deste poeta, gosta-se milhentas vezes.

André L disse...

"Para onde o vento me levar" soa-me a minha fresca juventude onde tinha o gosto nato pela aventura, é como estar ausente do real... E soprar longos pensamentos de viver o momento.. Um momento único. Adorei.
Um bjo

Thiago Forrest Gump disse...

Menina.

Leve! :)

Anónimo disse...

vem ter comigo e fica ... http://vagueandoporti.blogspot.com/

M.M. disse...

Olá Menina Marota!
Uma excelente escolha no poema e na imagem. Um poema carregado de Sentimento.

Bjs


M.M.

AdoMarrocos disse...

Bom por fim dei com o teu "novo" blog, e obrigado pela visita...

Quanto as visitas a outros blogs, é algo que ja faço habitualmente, apenas não o faço se não puder andar pela bloguesfera.

O poema está muito bonito, acho que está muito bem tirado...

Já agora vou actualizar o teu link...

Bjito

Maria Clarinda disse...

Excelente poema este que escolheste.
O beija flor lindo!

Maria Clarinda disse...

Mais uma vezuma música linda, com um poema do Alberto Caeiro, que faz parte de mim...um dos meus preferidos e que releio vezessem conta.
Jinhos.

Maria Clarinda disse...

Peço-te desculpa o meu teclado está com problemas e só me faz fazer asneiras.
Jocas

Manel do Montado disse...

Um som suave e um poema lindo. Momentos a que já nos habituaste.
Beijo

Isabel Filipe disse...

Pessoa...o nosso eterno Pessoa...

Foi bom reler.

Beijinhos

Isabel Filipe disse...

...passa-se alguma coisa com o teu Eternamente Menina???...já há um largo tempo que não consigo lá entrar...

bjs

António Sanches disse...

Menina Marota,

Estás a fazer com que eu descubra poesia que não conhecia.

Obrigado

BlueShell disse...

Grata por me fazeres recordar Caeiro.

Beijitos
BShell

Anónimo disse...

É tb a minha forma favorita de ir...para onde o vento me leva.Pena que , nem sempre, pssa fazer isso, e de qd em vez, necessito de o contrariar...
Por aqui, deixo-te um beijo

Anónimo disse...

Sigamos o vento e que ele seja de feição. Cumpts.

H. Sousa disse...

Eu sou suspeito porque todos me conhecem costela pessoana. A seguir a A. Campos, Alberto é o meu favorito.

Ant disse...

Hoje já é a segunda vez que leio Pessoa.
Aproveitei e fiz uma visita mais demorada.
e que visita... e que visita.

Bjos

Anónimo disse...

Hoje resolvi fazer publicidade do meu blog em blogs alheios. Ainda por cima, nem sequer tenho a gentileza de comentar este post onde acabo de debitar o meu spam. No entanto, fica desde já prometido que volto para comentar este blog de que sou visita assídua mesmo que o seu autor nunca visite o meu blog. Não sou rancoroso, apenas um pouco parvo e não estúpido como dou a entender nesta primeira impressão comentada. Obrigado.

maresia_mar disse...

Olá amiga,
eu também gosto de sentir o vento nas contas a empurrar-me, a mostrar-me o caminho para continuar em frente.. adorei o teu post.. Bjhs

lena disse...

o meu olá num desejo de um bom dia para ti, menina bonita

deixo-te para o teu dia um Poema que gosto também de Caeiro

A Salada


No meu prato que mistura de Natureza!
As minhas irmãs as plantas,
As companheiras das fontes, as santas
A quem ninguém reza. . .

E cortam-nas e vêm à nossa mesa
E nos hotéis os hóspedes ruidosos,
Que chegam com correias tendo mantas,
Pedem «salada», descuidosos...

Sem pensar que exigem à Terra-Mãe
A sua frescura e os seus filhos primeiros,
As primeiras verdes palavras que ela tem,
As primeiras cousas vivas e irisantes
Que Noé viu
Quando as águas desceram e o cimo dos montes
Verde e alagado surgiu
E no ar por onde a pomba apareceu
O arco-íris se esbateu...


Alberto Caeiro


beijinhos meus doce menina "marota"

lena

Unknown disse...

Olá, por acaso já conhecia este poema mas é sempre bom ler. beijinhos amiga

Clotilde S. disse...

Hoje de manhã, acordei e... estava viva!
Que coisa boa! Que coisa linda!

Beijinhos menina marota!